Dia de pluma

Naquela manhã de quinta-feira, os carros pareciam andar sobre seda e acompanhar um estranho ritmo de calmaria. Ao atravessar as avenidas movimentadas, não houve necessidade de correr: estavam quase desertas, complementando a atmosfera leve que inundou meu dia.

Ao caminhar rumo à faculdade, me senti envolvida por esta positividade e poderia arriscar até que ela tinha um tom levemente azul. Conseguiria flutuar e deixar meu cabelo voando com delicadeza neste movimento, se fosse possível, com o doce ar em movimento refrescando cada ideia, cada pensamento, cada olhar.

O metrô, quase que por um milagre, estava vazio e o ar-condicionado funcionava sem danos. Todo o dia fluiu como um rio calmo e fresquinho, cujas águas cantam em tom de música ambiente, propícia para um bom cochilo na rede, com o sol tocando parte da pele e aquecendo toda a alma.

Ao passar pela orla, até o mar estava calmo e transparente, um convite para a reflexão. Coloquei-me a pensar o porquê deste dia de pluma. Então, finalmente, uma conhecida trouxe à tona a grande e simples explicação: acorda, Fernanda! Você entregou sua monografia e, com isso, dissipou o peso de um mundo inteiro que pairava sobre suas costas.

Agora, é só mirar na fé e mergulhar no fluxo da vida. O sucesso certamente me espera em alguma queda d’água que, longe de ser o fim do percurso, é apenas o início frenético e intenso de um novo caminho.