Foto: by Reynaldo Monteiro
Do outro lado...
Uma das viagens mais fascinantes que alguém pode fazer no Paraná, é sem dúvida, descer de trem pela Serra do Mar, através da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá. São inúmeras as belezas naturais que encontramos, e posso destacar a Ponte sobre o Rio São João, o Pico do Marumby e a Cascata Véu de Noiva.
Uma vez que eu nasci e me criei ao pé da serra, fiz inúmeras vezes a viagem, e passar pelos túneis era sempre uma delícia à parte.
Entretanto, a experiência mais marcante para mim, foi atravessar o túnel a pé.
Meu pai ajudou a cavar aquele buraco que eu e meus irmãos víamos cada dia maior. Lembro que havia um velho túnel, construído no tempo do império, escavado pelos escravos, e, bem ao lado do velho, foi construído o outro, com armação de concreto, com guaritas para os pedestres desavisados se abrigarem no caso da passagem de um trem.
Da minha janela de venezianas verdes, eu ficava olhando o trem passar pelo túnel velho e imaginava quando seria o dia em que eu mesma passaria por aquele novo. Foram meses de trabalho até que pudéssemos enxergar a luz do outro lado do túnel. Toneladas de cimento e pedra brita foram utilizadas para a construção, que para mim era a mais importante de toda a minha vida... Eu tinha sete anos e cem metros pareciam quilômetros!
Chegou finalmente o grande dia e eu atravessaria aquele enorme buraco negro que parecia não ter fim. Meu coração disparou, minhas perninhas ficaram bambas e eu tive muito medo. O que me aguardava do outro lado? Que notícias eu teria de lá ?
Fomos caminhando por entre os dormentes... eu sentia um cheiro forte de piche e quase ouvia as batidas do meu coraçãozinho acelerado.
Encontramos o fim do túnel, mas não tinha nenhum tesouro, senão a beleza natural daquele lugar repleto de avencas, bromélias e pássaros. O outro lado do túnel nunca mais me assustaria...
Do outro lado...
Uma das viagens mais fascinantes que alguém pode fazer no Paraná, é sem dúvida, descer de trem pela Serra do Mar, através da estrada de ferro que liga Curitiba a Paranaguá. São inúmeras as belezas naturais que encontramos, e posso destacar a Ponte sobre o Rio São João, o Pico do Marumby e a Cascata Véu de Noiva.
Uma vez que eu nasci e me criei ao pé da serra, fiz inúmeras vezes a viagem, e passar pelos túneis era sempre uma delícia à parte.
Entretanto, a experiência mais marcante para mim, foi atravessar o túnel a pé.
Meu pai ajudou a cavar aquele buraco que eu e meus irmãos víamos cada dia maior. Lembro que havia um velho túnel, construído no tempo do império, escavado pelos escravos, e, bem ao lado do velho, foi construído o outro, com armação de concreto, com guaritas para os pedestres desavisados se abrigarem no caso da passagem de um trem.
Da minha janela de venezianas verdes, eu ficava olhando o trem passar pelo túnel velho e imaginava quando seria o dia em que eu mesma passaria por aquele novo. Foram meses de trabalho até que pudéssemos enxergar a luz do outro lado do túnel. Toneladas de cimento e pedra brita foram utilizadas para a construção, que para mim era a mais importante de toda a minha vida... Eu tinha sete anos e cem metros pareciam quilômetros!
Chegou finalmente o grande dia e eu atravessaria aquele enorme buraco negro que parecia não ter fim. Meu coração disparou, minhas perninhas ficaram bambas e eu tive muito medo. O que me aguardava do outro lado? Que notícias eu teria de lá ?
Fomos caminhando por entre os dormentes... eu sentia um cheiro forte de piche e quase ouvia as batidas do meu coraçãozinho acelerado.
Encontramos o fim do túnel, mas não tinha nenhum tesouro, senão a beleza natural daquele lugar repleto de avencas, bromélias e pássaros. O outro lado do túnel nunca mais me assustaria...