MAIS UM NATAL
Mais um ano que finda. É chegada a hora de fazermos um balanço de nossas realizações, dos nossos fracassos e frustrações. Penso que todos fazem isso, sobretudo aqueles que gostam de escrever, de expressar os apertos e desapertos da alma. Durante muito tempo em minha vida, esta época do ano era muito deprimente. O ano que se anunciava era sempre aterrador. Na verdade, eu sentia muito medo do futuro. Mas, que futuro, se o amanhã nada mais é do que o hoje que ainda não vivemos? Eu não compreendia e me fechava em mim mesmo. Olhava para trás e percebia, com tristeza, que não havia construído coisa alguma. O medo do futuro me imobilizava. Tirava de mim todas as forças criativas. Eu, simplesmente, passava o ano na janela, vendo a banda passar, sem mexer um músculo. Vítima de mim mesmo, não passava de um espectador da vida. Olhava em volta e a felicidade de alguns, o dinamismo, o prazer de viver, a ambição empreendedora de outros, acabrunhavam-me, cada vez mais o espírito. Eu era um morto vivo. A ansiedade era a minha companheira inseparável. E quando ela mais se exarcebava, sentia palpitações e dizia: é agora que me vou. Eu tinha fobia de viver. Mas, um dia, como outro qualquer, ouvindo rádio, escutei uma afirmação que mudou a minha vida: "Vinde a mim, todos os que estai cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve." (Mt.11.28-30) A mensagem alcançou o meu coração de uma forma contundente. Então eu fui e descarreguei sobre a pessoa de Jesus Cristo todas as minhas ansiedades e medos, tornando-me a partir de então uma pessoa que crer no amanhã, porque tem a convicção de que, com a ajuda de Deus, ele está sendo construído por mim a cada dia que Ele me dá. Meus medos sumiram, dando lugar à esperança, de modo que eu hoje eu tenho consciência de mim mesmo e de todo meu potencial criativo que Ele me deu. Feliz Natal a todos.