Texto para um dia de contra-informação.
Texto para um dia de contra-informação.
Alexandre Menezes.
Ali estava... Deitado e com seus ainda misteriosos pensamentos tortos. Sua fala, agora espontânea, teima aliar-se a sentimentos estranhos dispostos a revelarem algumas histórias antes ditas imparciais, não manipuladas.
Por mais que tentasse assustar, não mais convencia. Seu mentiroso desapego mundano passou a ser tão fácil de decifrar como antônimos em jogos de palavras cruzadas. Previsível, antes do fim, era fácil acessar qualquer segredo da primeira à última página de um caso que sequer existia.
Certamente seria derrotado. Por mais que desejasse e pudesse ter outras atividades e itinerários, no fim do dia, é certo que no mesmo lugar estaria para observar e analisar novas cenas de uma mesma paisagem. Carícias reais substituídas por reflexões que insistem em passear pelando numa alma que desconhece betabloqueadores.
Nos instantes racionais, tentava enganar todo o seu ser. Naquele caso, já não bastava uma simples demonização das pessoas e fatos ou repetir inúteis chavões. Sempre fora eficiente em retirar da sua mente qualquer coisa. Desta vez, parecia quase impossível dissuadir a si mesmo.
De longe vi... Ele seguia sem destino enquanto frases curtas repisava. Não tão senhor dos seus pensamentos como antes, mas mesmo assim procurava forma de associá-los a algo como sempre fazia. Sorria sozinho por pensar que começara a se perder entre canções, livros e expressões talvez tolas. Sentira que se agarrava a idéias de lugar-comum. Queria argumentar diferente.