Nossos amantes; nossos prazeres!

Quando o relacionamento começa a desgastar por causa de outra pessoa, seja quem for; o casal também começa a se revelar em sua forma mais invasiva; ambos querem mostrar algo que normalmente não lhes pertence; posse, domínio, persuasão e a reboque o descontrole. Aquele casal que era uma espécie de modelo para os vizinhos e até eles mesmos pensavam o ser, agora está movido por uma compulsão vingativa.

O homem cria uma pátria só sua e desta, ele funda seu próprio império, achando, é claro, que ele pode tudo e baseando-se nas leis mais retrógradas que alguém possa ter seguido. Dogmas frustrados e convicções vis passam a ser a prioridade na vida do macho; ele então, se já não a possui, passa a procurar outras pessoas que satisfaçam os desejos mais íntimos daquele momento intrínseco; ele quer e ele vai ter uma amante!

O lar começa a dar sinais de que é menor do que se possa querer; o corpo inteiro ainda cabe na casa, mas a cabeça está de fora dela há tempos; o mais importante na vida daquele miserável homem é satisfazer a sua libido; é uma coisa muito séria esta questão da ereção masculina, o homem não pode se sentir deprimido por nenhum motivo e muitas vezes o remédio de sua “impotência” dentro do lar é o sexo fora dele. Paradoxal? Não, real!

Os problemas da infidelidade masculina não começam com os problemas do lar; creio que já tenha começado muito antes dele nascer. Amar e fazer sexo são uma das coisas mais importantes dentre os prazeres efêmeros, mas temos que observar que este “provisório” foi garantido por juramento como eterno, mas o bicho homem pensa que é um Sultão e que nesta condição pode ter um harém e o pior de tudo, ele pensa que todas estas colombinas são obrigadas a aceitá-lo desta forma, sem reclamar; muitas vezes ele deseja até que todas interajam e façam uma comunidade somente dele.

Não há como duvidar que o sonho de todo homem seja ter várias mulheres, como se ele fosse uma eterna fonte de jovialidade e como se ele pudesse satisfazê-las todas, deixando-as de olhos fechados para outros Adônis; ledo engano!

Pesquisas apontam claramente que 90% dos homens que costumam fantasiar na questão íntima escolhem deitar-se com duas mulheres no mínimo, mas aceitar que suas Helenas já tenham se permitido o mesmo com outros, isso é o fim; é como se fosse o Apocalipse, inaceitável, incabível e execrável do ponto de vista de qualquer ótica ou prisma social; mulher que já tenha se relacionado com mais de um homem ao mesmo tempo é “rameira”, meretriz. – O que dizer a família, aos vizinhos ou aos filhos, que a esposa já se deitou com mais de um homem?

Ao contrário do que se pensa, não é a fantasia maior da mulher, ter vários homens. A mulher sempre pretendeu coisas mais simples, como viver um romance de conto de fadas onde seu homem amado lhe seja gentil ao extremo e que lhe paparique, lhe dê amor, sexo, carinho e respeito. Se lhe sobrar tempo, ela quer fantasiar com seu amor; quer vestir-se de modo sensual e se qualificar como sendo a melhor princesa da terra.

O lar começa a se despedaçar normalmente quando o homem enxerga mais qualidades nas mulheres da rua do que em casa; normalmente quando ele se apodera de uma sensação de posse tão grande que enxerga em sua companheira apenas a cozinheira e guardiã do lar; é neste momento que as outras são mais interessantes; eles jamais imaginam que dores de cabeça podem ser constantes após o término de um casamento que tenha havido mágoas desta natureza.

O homem quando começa um relacionamento extraconjugal costuma mergulhar fundo, mas tão fundo, que deixa pistas manifestas; começam dando muito mais atenção “a outra” do que a de casa; os presentes são mais comuns às outras e nesta mesma linha, declarações e novas juras de amor; eles começam a esconder as faturas de cartões de crédito e a ausência em casa é perceptível; em pouco tempo este homem poderá ter dois, vários problemas para resolver e é nesta hora que se não houver equilíbrio emocional e financeiro, várias famílias pagarão um alto preço.

Perdoem-me pelo dialeto chulo, mas o homem chega a ser acéfalo e como se diz nas esquinas, pensam mais com outra cabeça do que com a cabeça que pensa! O homem não calcula os riscos que uma relação extraconjugal pode lhe representar; os riscos emocionais e os financeiros também. Mesmo pertencendo a uma comunidade que não vê pecado quando o artífice é o macho, a fêmea pode, e muitas vezes o faz; tirar-lhe o sossego eterno. Eu chego a pensar que eles gostam e curte tudo isso!

Mas e quando a traição parte da mulher? Pesquisas também revelam que 99% das mulheres evitam veementemente as cantadas e os galanteios alheios ao casamento; elas resistem e se fazem de cegas, surdas, mudas e às vezes paraliticas; nas academias, piscinas, praias ou pela internet o que não faltam são homens querendo um aconchego e mulheres disponíveis para tal, mas quando o tema é aproximar-se fisicamente, se elas são casadas, normalmente evitam e continuam evitando.

A mulher quando trai já está saturada por vários fatores, esta é a regra; ou o marido já deu sinais de completo abandono, ou são maltratadas física e psicologicamente ou então, em raros casos, quando eles já não satisfazem seus desejos mais secretos de suas companheiras; é um destes momentos, que a simples presença de outro alguém pode se transformar num triângulo amoroso, que pode passar de simples à perigoso, dependendo das cabeças de quem está no conjunto.

Um fator interessante, quando o relacionamento extraconjugal é buscado pela mulher, é que elas normalmente se apaixonam; criam um mundo de novo casamento com aqueles que estão provisoriamente lhes satisfazendo; a mulher substitui o marido pelo amante e passa a viver aquele conto de fadas com este novo amor.

São os amantes que as levam para os motéis, muitas vezes completamente desconhecidos por elas; o bom amante masculino, quando quer impressionar, estuda as deficiências dela e parte para o ataque com ofertas sensíveis; eles mergulham na alma do universo feminino e mesmo que seja ele o mais analfabeto ou menos culto, eles dão aquilo que elas esperaram a vida inteira e jamais conseguiram; raramente abandonam o lar e quando tudo é revelado, brigam pelos filhos.

Na Universidade do Texas, no Departamento de Saúde Mental de El Paso, psiquiatras atestam de que cada 100 mulheres com problemas conjugais, 22 buscam a solução em outros relacionamentos e destas, 15 ficam completamente apaixonadas. Os estudos afirmam também que elas escondem pouco o relacionamento extraconjugal e mesmo contra a vontade dos amantes, revelam suas condições aos maridos e partem para a vida solitária, coisa que raros homens têm coragem de fazer.

O grande segredo de uma escapadela do casamento ficará por conta do caráter de quem os recebe; muitos amantes tramam homicídios, semeiam intrigas e na maioria dos casos frustrados, fazem da ameaça e da chantagem uma rara oportunidade de ganharem algum dinheiro (a mais) com a relação; neste ponto o caso deixa de ser prazeroso pra ser policial e se uma recomendação servir para algo benéfico: denuncie; é melhor uma revelação em casa do que um problema na delegacia. Não hesite e denuncie mesmo!

Mas qual seria a solução para tanta problemática? Acredita-se que quando a cultura está presente na vida de ambos; quando ambos são dotados de solidez financeira; quando um não depende do outra para quase nada ou ainda quando não há filhos entre eles, tudo fica mais fácil; eles costumam sair do problema mais sério antes mesmo dele ocorrer. Os casais mais cultos e melhores equilibrados socialmente raramente se envolvem em grandes confusões, mas quando elas ocorrem o final sempre fica para ser decidido nos tribunais.

O fato é que ambos têm oportunidade de dialogar com os parceiros com antecedência; os problemas poderiam ser expostos numa “mesa redonda” e se possível com acompanhamento psicológico profissional, mas ao invés disso, buscam sempre a solução em outras camas, em outras casas, com outras pessoas. Homens e mulheres na hora de pensar em trair, raramente imaginam o que podem ocasionar ao parceiro, aos filhos ou a própria vida social; deflagram a ação e ponto!

As mulheres reclamam que os homens estão sempre em boates prostíbulos, enquanto elas não têm o mesmo subterfúgio na maioria das cidades do mundo; aliás, esta coisa de boate de homens dançarinos ou prostitutos é coisa muito recente; desde que o mundo é mundo que as mulheres se vendem momentaneamente para os homens e raramente na história se viu o contrário; um dos casos mais célebres próximos de nós brasileiros; foi o grande envolvimento de Carlota Joaquina e seus célebres amantes portugueses, ingleses e muitos, muitos brasileiros. Há os que afirmam que a Rainha de Portugal teve muito mais amantes do que roupas e que muitos de seus filhos não eram do Rei Dom João VI, inclusive, dizem, Dom Pedro I, que pelo que dizem, era igualzinho a mãe...!

Carlota dizia para poucas amigas e aos próprios amantes que o Rei só queria saber de comer, engordar e dormir, enquanto ela, de sangue quente espanhol, preferia estar numa bela cama ao lado de um bom amante a ter que se preocupar com as coisas da Corte. Somente alguém como a Rainha poderia fazer algo similar e assumir naquela época...!

As traições quando enxergadas podem causar morte, na maioria dos casos se for a mulher a traidora; pode causar transtornos jurídicos, na maioria dos casos quando são os homens os infiéis ou ainda pode virar uma grande festa, do tipo, “Eu, Tu, Eles”; sim, numa outra esfera, pouco divulgada e rotulada como demoníaca pelos ortodoxos católicos, os casais podem viver bem com seus amantes e muitos casos, eles e elas levam seus pupilos para dentro de casa; convivem numa boa e não dão satisfação a mais ninguém.

Na minha época de estudante, quando não contava nem 20 anos, conheci amigos da UFMG que freqüentavam casas de senhoras da sociedade carioca no Rio de Janeiro; com o pretexto de fazerem alguns serviços burocráticos para elas, estes estudantes ficavam os finais de semana na companhia inclusive dos maridos delas; o que se fazia lá dentro, isso é uma questão sigilosa e que somente eles podem afirmar ou negar.

Agora é escolher entre aceitar passivamente os problemas domésticos, dialogar ou radicalizar; seja qual for a alternativa escolhida, homens e mulheres precisam mensurar quais questão são prioritárias, quais questões arranham menos e quais riscos que cada uma delas pode trazer para si próprio e para quem lhes rodeiam.

Como sempre diz o meu amigo e advogado Gilmar Xavier: - Viver é uma arte! Seja artifício ou metodologia, saber viver é o mesmo de viver bem e a probabilidade de encaixar alguém extra no seio de um casal, deve ser bem pensada por ambos, porque senão, a vaca por ir pro brejo e isso vale ara todos...!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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Enviado por CHaMP Brasil em 04/12/2009
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