A TERRA
De dez às quinze horas trabalhei regando e cuidando das plantas. Era uma terça-feira de novembro de 2005. A minha artrose já se pronunciava, mas eu não sabia.
Das minhas plantas, que venho preservando para, um dia, plantá-las em paisagismo pensado, desejado. Planejado para no mais lindo e melhor que elas merecem serem expostas na sua plenitude.
O jato da mangueira estava forte surpreendentemente. Então foi um prazer e com fartura, que reguei às buganvílias, as moréias, a agave enorme, já de mais de dez anos, as apiculatas bem pegadas e doidas para desenvolver em árvores maravilhosas como elas são e serão, as mudas de cravina, a maranta zebrona, as samambaias pendentes precisando mais cuidados, a trepadeira azul em fartura de mudas, a ponjéia ainda impedida de se expandir, mas resistindo na espera com brotação nova e sadia, as roseiras, a árvore da felicidade, as orquídeas, as bromélias, os antúrios, o jasmim dos poetas, as heras e todas as plantas que tento e luto preservar até poder dar-lhes a terra e lugar ótimos.
Minhas preciosas begônias sob as janelas estavam em terra dura como cimento.
Nem sei como viveram e até deram mudas.
Já cansada de tanta rega, arrastei-as para perto da varanda, onde estão os dois sacos de terra vegetal comprados no Senhor Flora.
Senti dó ou dor de culpa de ver as begônias sobreviverem em terra tão estorricada.
Meus joelhos de artrose doloridos pediam urgência de cama, de alívio do peso suportado, mas as begônias necessitavam de maior urgência de socorro de alimento e crescimento que não aquele cimento rígido do solo.
E fui atrás da terra vegetal e preparo de novo meio para suas raízes. Rasguei o saco e meti a concha colhendo punhados daquela terra preta, fina, fresca e bela para fazer berço para as begônias descuidadas.
De dez às quinze horas trabalhei regando e cuidando das plantas. Era uma terça-feira de novembro de 2005. A minha artrose já se pronunciava, mas eu não sabia.
Das minhas plantas, que venho preservando para, um dia, plantá-las em paisagismo pensado, desejado. Planejado para no mais lindo e melhor que elas merecem serem expostas na sua plenitude.
O jato da mangueira estava forte surpreendentemente. Então foi um prazer e com fartura, que reguei às buganvílias, as moréias, a agave enorme, já de mais de dez anos, as apiculatas bem pegadas e doidas para desenvolver em árvores maravilhosas como elas são e serão, as mudas de cravina, a maranta zebrona, as samambaias pendentes precisando mais cuidados, a trepadeira azul em fartura de mudas, a ponjéia ainda impedida de se expandir, mas resistindo na espera com brotação nova e sadia, as roseiras, a árvore da felicidade, as orquídeas, as bromélias, os antúrios, o jasmim dos poetas, as heras e todas as plantas que tento e luto preservar até poder dar-lhes a terra e lugar ótimos.
Minhas preciosas begônias sob as janelas estavam em terra dura como cimento.
Nem sei como viveram e até deram mudas.
Já cansada de tanta rega, arrastei-as para perto da varanda, onde estão os dois sacos de terra vegetal comprados no Senhor Flora.
Senti dó ou dor de culpa de ver as begônias sobreviverem em terra tão estorricada.
Meus joelhos de artrose doloridos pediam urgência de cama, de alívio do peso suportado, mas as begônias necessitavam de maior urgência de socorro de alimento e crescimento que não aquele cimento rígido do solo.
E fui atrás da terra vegetal e preparo de novo meio para suas raízes. Rasguei o saco e meti a concha colhendo punhados daquela terra preta, fina, fresca e bela para fazer berço para as begônias descuidadas.
Uma terra tão linda, gostosa de pegar nas mãos, fresquinha e leve, que me veio à alma, o desejo de o meu corpo, quando terminar a vida, seja forrado e coberto em panos, todo envolto nesta terra igual e fértil.
E terra e corpo enfaixado, formando um conjunto de harmonia de transformação de vida.
Tão amado corpo entrando em sintonia e contato direto com a terra e a enriquecendo mais ainda, numa plena transformação de vida, de natureza.
E que raízes novas se espalhando nesta terra prazerosamente, quase sensualmente se movimentando e se espalhando em solo tão rico, fofo e fértil.
Senti quase que um conforto com tal pensamento espontâneo de desejo meio inconsciente.
Como continuando a vida, virada natureza e harmonia.
Terra.
POESIA de DRUMMOND
“Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.”
E terra e corpo enfaixado, formando um conjunto de harmonia de transformação de vida.
Tão amado corpo entrando em sintonia e contato direto com a terra e a enriquecendo mais ainda, numa plena transformação de vida, de natureza.
E que raízes novas se espalhando nesta terra prazerosamente, quase sensualmente se movimentando e se espalhando em solo tão rico, fofo e fértil.
Senti quase que um conforto com tal pensamento espontâneo de desejo meio inconsciente.
Como continuando a vida, virada natureza e harmonia.
Terra.
POESIA de DRUMMOND
“Gastei uma hora pensando um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.”