Políticas Públicas
Desde a criação da República, no ano de 1889, pelo ilustre alagoano Marechal Deodoro da Fonseca, sabemos que é atribuição do governo os investimentos em educação, saúde e segurança, entre outros serviços públicos. Cito apenas essas três áreas fundamentais, as preferidas pelos políticos para o mote de suas campanhas.
O próprio governo tem divulgado o custo de um presidiário, geralmente analfabeto, pobre, preto e desempregado, em torno de três salários mínimos. Isto significa que faltou investimento na prevenção, mais precisamente na educação. Já dizia Pitágoras: “Educai as crianças e não será preciso punir os homens”.
Alguns trabalhos acadêmicos, pesquisando o custo por aluno no ensino fundamental na escola pública apontam menos de um salário mínimo. Esse valor corresponde ao dinheiro efetivamente repassado pelo governo para tal finalidade. Descontando-se daí os desvios decorrentes da corrupção, imaginemos o real valor aplicado na sua destinação precípua. Roubam desavergonahadamente de quem já tem menos. Como o dito popular, “é mais fácil de que tomar charuto de bêbado.” Aqui, na nossa Alagoas, houve uma operação da Polícia Federal, denominada de “Operação Gabiru”, que resultou na prisão de vários prefeitos acusados de desvio de verbas da merenda escolar. Ao serem soltos, foram recebidos festivamente em seus municípios, como se nada de grave tivessem feito contra a sociedade. Muitos deles foram reeleitos na eleição seguinte, legitimando assim o direito de continuar com suas práticas lesivas ao erário.
Assim, fica difícil combater esse mal que se alastra nos mais diversos segmentos da política brasileira, indo da base até a cúpula do poder, assim como também ocorre na Capital da República do Brasil, nossa encantadora Brasília. Como sou muito pequeno para entender a causa de tamanha corrupção, fico com a frase de um ministro do TSE, que disse: “Não se pode avaliar se a sociedade é vítima ou autora”.