O PERDÃO DE UM INIMIGO

Leitor irmão desculpe a minha jactância, já que, falo sobre aquilo que me é mais próximo, meu progenitor.

Meu pai, apesar da nobreza e generosidade de seu coração, paradoxalmente era brigão.

Quando jovem indo banhar-se em um lago, lá no interior do estado, onde residia.

Encontra com seu inimigo, um camarada da sua idade aproximadamente, existiam entre eles algumas rixas, as quais, não são convenientes explanar.

Ao se aproximar do lago, encontra com Expedito, às longas braçadas lago adentro.

O Belo Antonio, jovem, saudável, hercúleo e apolíneo, não resistindo à tentação do desabafo, salta para dentro d'água ao encalço do inimigo.

Antonio meu pai, sendo mais forte do que Expedito estava afogando-o, porém, num laivo de lucidez, resolveu salvá-lo, e o fez arrastando-o às margens do lago.

Fez o que sabia fazer e, eis que, o ressurreto Expedito volta a respirar.

Antonio, vendo que, o inimigo ressurgia, virou-se e pôs-se a caminhar quando de repente, não mais que de repente, ouviu: - Tonico.

Quando Antonio, vira-se para se atinar à voz que lhe chama, só ouve um estampido, e um soco lhe assola o peito.

Esmaecido, cai ao chão salpicado de sangue.

O impacto não foi tão contundente, porque a distância era consideravelmente grande.

Enquanto, Expedito retira-se, embrenhando-se na restinga ribeirinha que se estendia em volta do lago.

Agora, Antonio meditabundo, ferido e cambaio arroja-se até chegar à residência mais próxima, em busca de socorro.

Resumindo, Antonio foi salvo, ficando com pequenas sequelas em seu corpo, ou seja: alguns chumbinhos epiteliais, ou melhor, ainda: chumbinhos sob a sua pele, sendo que, fora atingido por uma cartucheira.

Novamente o perdão é percebido após longos trinta anos.

Antonio casou-se, constituiu família, ficou rico, ficou pobre, divertiu, sofreu, etc.

Tornou-se adepto religioso de uma facção cristã e, nela postava-se cristalino, como mandam as Sagradas Escrituras.

Com o tempo, foi considerado membro “honoris causa” dentro daquela seita, a qual escolheu para sua salvação.

Antonio ocupava um cargo de ministro daquela entidade religiosa, portanto, partícipe de reuniões ministeriais.

Certa feita participava de uma dessas reuniões, quando se depara com outra pessoa, não menos honorífica do que a sua, e:

- Você não é o Expedito?

Não acredito que, você meu arqui-inimigo esteja também neste redil de misericórdia.

A emoção foi profunda, e com os olhos torrenciais e lacrimosos, abraçam-se fraternalmente.

Aquela situação "hilariante" chamou as atenções de outros membros daquele parlamento que, foi preciso um testemunho in loco, narrando-se este fato peculiar do dia-a-dia.

Portanto irmão, quer parar de sofrer?

Então pratique o perdão global e, estará perdoando-se a si próprio!

Será o seu próprio Deus.

Não, isto que foi pronunciado agora, não é heresia, não.

É bíblico, portanto, jamais poderá ser herético, pois, você é filho de Deus, aquele que nos perdoa a todo instante.

"SÃO OS DOENTES QUE NECESSITAM DE MÉDICO!"

Enquanto estivermos encarnados somos todos, de certa forma, adoentados, porque nos pesa o ônus do nosso carma.

Cremos sim, que para se justificar a grande força atuante de uma divindade universal e sua justiça é, a lógica do retorno que fala mais alto do que simplesmente a misericórdia.

Ou seja: simplesmente receberemos o que ganharmos.

Colheremos o que plantarmos.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 04/12/2009
Código do texto: T1959246
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