TARDE DE DOMINGO

Durante a semana, a maioria das pessoas trabalham, outras estudam e há ainda quem faça as duas coisas. Quando chega o final de semana, todas elas querem descansar e se divertir. Alguns vão visitar parentes e amigos, outros aproveitam para dormir ou conhecer lugares novos. Eu, talvez, não me encaixe em nenhum desses tipos de gente.

Domingo, depois do almoço, eu fujo do mundo. Nessas tardes, nem as pessoas, nem o tempo podem me encontrar. Pego alguns ônibus e passo silenciosa e despercebida pelos olhares curiosos. Ao chegar no meu destino final, desço com uma pequena mochila nas costas e caminho em direção ao som das ondas.

Longe dos espectadores, deito na areia e fico observando as nuvens, penso na vida, avalio minha semana, minhas ações.Às vezes, cansada de tanto analisar, começo a sonhar com uma nova forma de viver, rabisco algumas palavras no papel, desenho algumas formas que o céu alaranjado me faz recordar.

Os pássaros voam tão tranqüilos, as ondas, tão serenas, vêm brincar com a areia. Às vezes, penso que estou no paraíso, esqueço a violência e a crueldade que há no mundo. São tardes em que só há eu e a natureza, momentos mágicos que fazem valer a pena viver.