Lula e a Constituinte - a idéia esperta...
Lula e a Constituinte -a idéia esperta...
Há tempos, a gentalha do PT vem falando em Constituinte, mas a imprensa e o povo brasileiro não lhe dá trela, não cai nesse conto do vigário. Como a coisa não fermenta e, não se dissemina, não tendo passado nunca dos limites do PT e, não tendo gerado massa política suficiente, Lula nunca teve coragem para entrar em cena, para defendê-la, até agora.
Constituinte porquê? O país passou por alguma grave crise ou revolução política nos últimos tempos, ou estamos em um regime de exceção?
Pelo contrário, malgrado os escândalos diários - inclusive dentro do governo federal (onde parece haver uma espécie de campeonato para ver qual quadrilha assalta mais os cofres públicos, a partir de sua base de ação - órgãos da administração direta e, indireta), vige entre nós o regime democrático, o direito pleno à cidadania e, a liberdade de imprensa.
No âmbito econômico e, financeiro, depois de reformas estruturais da década de 80, o país vive um período de crescimento pequeno, mas perene. Não há qualquer crise ou ameaça entre os entes federados. A despeito das tentativas torpes, nenhum movimento organizado consegue promover ainda uma crise política interna.
Onde está o problema? Nós sabemos. Lá, no governo federal, a quem incumbe seguir nas reformas que transportem o país para um ambiente moderno, que controle os gastos públicos e, retire os entraves do crescimento econômico, entrementes fazer uma reforma política que nos dê ao pais, um sistema onde o voto de fato expresse a vontade do cidadão e, as instituições políticas estejam alinhadas com o desenvolvimento da nação e do país, e não o contrário.
Nos últimos anos anos o que foi feito nesse sentido?
Numa palavra: Nada. O que vimos nos últimos anos no governo federal foi o aumento dos gastos públicos - folha de pagamentos, repasses de recursos financeiros, superdimensionamento de programas sociais...
Nada de reforma política, nada de reforma tributária, nada de reforma previdenciária ou trabalhista, que ficou a cargo do sucessor de FHC.
Não há nenhuma motivação, ameaça ou, reivindicação institucional de uma Constituinte. O caso é que falta competência, responsabilidade e, coragem, no governo federal e, isso não se resolve de uma outra forma - no voto!
Lula ligou o escândalo no GDF perpetrado pela quadrilha de Arruda com a necessidade da convocação da Constituinte, mas fez alusão a uma portentosa reforma na área da "comunicação social".
Vamos pensar um pouco: se escândalo fosse motivo de convocação de uma Constituinte, então tal medida já teria sido adotada um sem número de vezes, desde o Mensalão - onde estava envolvido o governo de Lula, a sua base de sustentação política e, toda a cúpula do PT (lembram-se das histórias de Delúbio Soares vagando pelas noite de Brasília num carro oficial cheio de malas, seguido por batedores?).
Mas, quando Lula falou em reforma no campo da "comunicação social" se traiu e, deixou entrever o que realmente deseja: anabolizar o Poder Executivo - dando-lhe todo tipo de poderes e, possibilidades (aí incluído o poder de controlar a imprensa), em prejuízo dos poderes Legislativo e, Judiciário, o que significa romper o equilíbrio entre os três poderes e, assim, com a equação que garante o Estado democrático de direito e, a democracia representativa.
Para ter uma ideia no que isso resulta, basta mirar para a Venezuela, onde Chavez já levou a efeito o que Lula pretende.
E isso o que ele quer dizer com "necessidade de convocação de uma Constituinte", pois a despeito de alegar que sua mãe nasceu analfabeta, Lula é muito esperto e tem um raro raciocínio politico e senso de oportunidade.
Resumindo: em lugar de panetone, Lula oferece ao povo brasileiro um empanado - assepsia política mediante uma Constituinte feita pela nossa conhecida classe política e, visando os seus fins da agenda de seu partido político e, de si mesmo (pois é evidente no meio de sua proposta de Constituinte, está incluída a mudança quanto à possibilidade de re-eleição infinita do mandatário da nação).
Uma iguaria indigesta, como se vê.
Se constituinte resolvesse o problema da moralidade pública e, da rapinagem de recursos públicos, que começa no menor município do país e acaba em Brasília, então, depois de 1988, o Brasil deveria ter se tornado uma Suécia!
No entanto, do ponto de vista político, o Brasil se parece cada vez mais com um imenso Maranhão, onde Lula Collor e Sarney são confrades na política e, Arruda, o governador do Distrito Federal, um imitador patético do presidente da república...