ESCLARECIMENTO AOS RECANTISTAS
Venho, a público, esclarecer aos recantistas, a minha crônica sobre transplantes. Por sugestão da Cassia da Rovare, que provou ser uma verdadeira amiga, retirei a Crônica do RL. E, na pessoa da Rose Steffen, quero pedir desculpas a todos os que se sentiram lesados ou desestimulados. Não quero, absolutamente, ferir os corações sensíveis e muito menos as pessoas que enfrentam essa realidade cruel.
Meu propósito era chamar a atenção para o abuso que ocorre com relação a isso, como em tantas outras situações pelo Brasil. Alertar as pessoas para que tenham cuidado, fiquem atentas, investiguem, denunciem. Tentei, repito, apenas chamar atenção para alguns fatos inescrupulosos que envolvem a realidade dos transplantes no Brasil. Embora pareça um filme de horror, os fatos que citei são reais e estão na Revista Isto É, edição de maio/09.
Até me gratificou que, nos comentários, a maioria das pessoas dizia ser doadora e continuaria a ser, apesar dos fatos. 99% dos recantistas entenderam minha mensagem. Aos 1% que entenderam de outra maneira, peço que leiam a Revista. Não inventei os fatos. E eles são apenas um ínfima parte do que acontece. Teve uma leitora, nova no meu "cantinho", que sugeriu que eu me atualizasse. Ela não me conhece, creio que foi a primeira vez que me leu. A ela quero dizer que estou atualíssima, que faço parte de um grupo sempre atento ao que ocorre neste País; leio jornais, revistas, livros técnicos. Peço a ela que leia minhas crônicas anteriores para me conhecer e conhecer meu pensamento humanitário, sensível e esclarecido. Meus amigos aqui do RL são testemunhas do meu caráter.
Não adianta "tapar o sol com a peneira". Nosso dever, como cidadãos, é nos mantermos informados e botar a "boca no trombone" quando as coisas não estão corretas. É por ficarmos calados que a situação brasileira chegou a esse caos na política, na educação, na saúde, na segurança... A própria população argentina, nossa vizinha, mesmo correndo risco de apanhar da tropa de choque, reivindica, vai às ruas, grita. Mas aqui não. Aqui assistimos de braços cruzados esses filmes de horror; gritamos em casa e não levantamos um dedo para melhorar nossos direitos. É mais fácil criticar. Sem fazer nada. É mais cômodo, mais seguro. E, quando a casa ruir, não adianta chorar. Pelo que vi, doadores existem, e não são poucos. O que falta é controle, fiscalização e interesse do povo em mudar as coisas.
Minha Crônica era denunciativa, mas não fui eu quem inventou os fatos. Mas, para o bem geral e para não ferir os sentimentos das pessoas, preferi excluí-la. Se é mais cômodo deixar como está, que assim seja.
Termino com esse pensamento de autor desconhecido: "Julgar é mais difícil do que parece. Não vemos todas as faces de um ato; apenas a que está voltada para nós. E, no entanto, atos humanos apresentam tantas faces quantos são os ângulos de onde possam ser observados".
Obrigada, Cassia, por seres a mulher que és.
LUZ e PAZ!