Brasil e continente Africano - paradoxalmente ricos em pobreza
“Após ter assistido ao filme “Diamantes de Sangue”, em que retrata detalhadamente a exploração da mão de obra africana no contrabando de diamantes, que sai do país e vai para a Europa, onde conseqüentemente irá parar no pescoço de alguma nobre mulher branca; comecei a refletir sobre a grave situação que se encontra um continente tão rico e tão pobre, paradoxalmente, como a África.
Cheguei à conclusão que apesar de o Brasil ser um país pobre; subdesenvolvido; está muito melhor que em certos países do continente Africano.
Não sei definir com clareza o que me despertou para certo fato, mas posso afirmar que é um problema que pode ser solucionado e as conseqüências podem ser menos pessoas passando fome, ou então, morrendo por inanição.
Não precisa ir muito longe para vermos a grande quantidade de comida que vai diretamente para os lixos das residências e, principalmente de restaurantes, feiras e supermercados.
Também não precisa se atentar para as estatísticas das grandes cidades para se verificar o montante de pessoas que se alimentam e sustentam suas famílias com os alimentos que são encontrados nos lixões.
Daí eu penso: não seria mais fácil os comerciantes que lidam com o setor de alimentação, ao invés de depositar nos lixos as comidas, alimentos, frutas e verduras em bom estado de conservação e estejam dentro dos padrões para o consumo, fornecerem tais “restos” para aquelas pessoas que não possuem nem mesmo um prato de feijão para dar aos filhos antes de irem dormir?
Mas aí, se por um lado estamos resolvendo parcialmente o problema da fome e do excesso de comida que é jogado fora; esbarramos-nos na legislação consumista vigente; em que vincula o ressarcimento dos danos causados por comidas estragadas e impróprias ao consumo, aos seus fornecedores; o que acarretariam sérias multas para os estabelecimentos doadores.
Há de se ressaltar que no Brasil encontramos inúmeras leis que só servem para engrandecer o volume das codificações, sendo nula a sua aplicabilidade na sociedade atual, e outras que, se por um lado defendem os consumidores, pela outra face obstaculiza uma distribuição igualitária e humanitária da comida entre as classes sociais.
Infelizmente, ou quem sabe, felizmente, não tenho notícia destes déficits e superávits no setor da alimentação na África, contudo, acredito que a produção de filmes hollywoodianos e a realização da próxima edição da Copa do Mundo em 2010, nos cenários da pobreza e da exploração, além de gerarem uma renda transitória para as comunidades africanas, despertam o sentimento de indignação e solidariedade na maioria das pessoas que assistem e participam desses eventos, assim, como alguém se preocupa com a distribuição de alimentos aqui no Brasil.
Feliz será o dia em que todos os homens serão livres e poderá viver com dignidade plena, de depois de mais um dia de trabalho, poder retornar para o seu lar e ver que a sua família tem um teto, comida na mesa e a dignidade que qualquer ser humano possuí estampado e emblematizado pelo sorriso de uma criança feliz, alimentada e livre.”