SOMOS MESMO RACIONAIS?
Se entregar é muitas vezes o que queremos e o que evitamos a todo momento. O medo de sofrer nos deixa cada vez mais insensíveis, mas nunca "inteligentes".
Depois da entrega, das apostas, difícil é aceitar que só o amor não basta, que estivemos errados sobre uma série de concessões que fizemos e que na realidade são indispensáveis.
A maioria das pessoas levam muito tempo para aceitar que as "coisas" não deram "certo", outros levam a vida inteira achando, insistindo, persistindo, e sendo infeliz, e causando infelicidade...
Não há nada mais doloroso que reconhecer pra nós mesmos que não fomos bons o suficiente, que não fomos tão generosos o quanto achamos que poderíamos ser, que fomos enganados , massacrados por excesso de segurança, de confiança...
É, talvez os apaixonados se ferrem porque sempre acham que foram os "escolhidos" para serem felizes, sua história é a mais apaixonante, seu amor é o maior e o mais bonito, sua família será a mais encantadora... Talvez os apaixonados sejam pretenciosos em demasia. E quando esses castelos são levados pelo vento, descobrimos que estes eram de areia, frágil, comum, efêmero...
Efêmero, aceitar a fatalidade de que tudo passa é como um nocaute no último segundo do último round...
É tão frustrante, não sermos especiais, únicos pra quem amamos! É essa busca pela unicidade dos seres que causa tanta decepção. Queremos tanto sermos "únicos" que esquecemos de sermos nós mesmos...
E quando achamos que todos os caminhos levam ao fim, gritamos, esperneamos e juramos NUNCA mais nos entregarmos de novo! E o tempo passa, e como num ciclo vicioso, nos damos conta de que não importa a maneira racional com que as coisas da vida poderiam ser, nosso coração é na verdade o que MANDA na gente, o que COMANDA e DESMANDA também...
Somos racionais porque pensamos, é certo que sim, mas não agimos sempre racionalmente!
Somos animais sentimentais, que insistimos em acreditar no amor verdadeiro, mesmo sabendo que este tem a mesma probabilidade de dar errado quanto de dar certo. E em muitos casos a probabilidade de dar errado é muito maior. Mas, lá estamos nós entrando de novo num barco furado, acreditando de novo, que fomos "ecolhidos"...
Somos mesmo racionais?