ASSIM FALO EU
“Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar”
(Timoneiro – canta Paulinho da Viola)
Via-me diante do por sol e o espírito da “melancolia do crepúsculo” tomou conta de mim. Imaginei ouvir passos... passos que eu gostaria de segui-los e juntos escalar montanhas. Esta ânsia de subir, subir... me tornar um viajante, um escalador de montanhas é o reflexo de um desejo de olhar para longe de mim mesma.
Mas o que eu queria ser de verdade, era um Nietzsche com a sua forma de pensar . Queria possuir dele a idéia da Transmutação de Valores, para protestar contra a rotina e o dogmatismo, criar uma nova moral que resumisse um “sim a vida!; Queria também ser movida pela idéia do Espírito Senhoril, para contrapor-me ao Espírito Servil dos medíocres. E, finalmente, me ver possuída da idéia do Eterno Retorno, onde todo acontecimento bom teria necessariamente que repetir-se num tempo infinito. Coisas que me levariam, por certo, à solidão e à loucura como levaram Nietzsche.
Então, que eu seja Zélia, que siga o meu caminho em busca da grandeza de pensar, que me revista de animação, que não olhe para trás .
Que eu siga esse caminho, mesmo que seja solitário, já que não espero ninguém em meu seguimento. Os meus próprios pés apagarão o caminho que deixarei atrás de mim, e nele está escrito: “Impossibilidade”.
E, se nessa minha ânsia de caminhar, de subir, subir, me faltar escada, que eu passe por cima do meu próprio corpo e aprenda a subir na minha própria cabeça para alcançar a altura desejada.
E, como falou Zaratrusta, assim falo eu...