ASSIM FALO EU
 

Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar”
(Timoneiro – canta Paulinho da Viola)
                                       
 
 
Via-me diante do por sol e o espírito da “melancolia do crepúsculo” tomou conta de mim. Imaginei ouvir passos... passos que eu gostaria de segui-los e juntos escalar montanhas. Esta ânsia de subir, subir... me tornar um viajante, um escalador de montanhas é o reflexo de um desejo de olhar para longe de mim mesma.

Mas o que eu queria ser de verdade, era um Nietzsche com a sua forma de pensar . Queria possuir dele  a idéia da Transmutação de Valores, para protestar contra a rotina e o dogmatismo, criar uma nova moral que resumisse um “sim a vida!; Queria também ser movida pela idéia do Espírito Senhoril, para contrapor-me ao Espírito Servil dos medíocres. E, finalmente, me ver possuída da idéia do Eterno Retorno, onde todo acontecimento bom teria necessariamente que repetir-se num tempo infinito. Coisas que me levariam, por certo, à solidão e à loucura como levaram Nietzsche.

 
Então, que eu seja Zélia, que siga o meu caminho  em busca da grandeza de pensar, que me revista de animação, que não olhe para trás .
 
Que eu siga esse caminho, mesmo que seja solitário, já que não espero ninguém   em meu seguimento. Os meus próprios pés apagarão o caminho que deixarei atrás de mim, e nele está escrito: “Impossibilidade”.
 
E, se nessa minha ânsia de caminhar, de subir, subir, me faltar escada, que eu passe por cima do meu próprio corpo e aprenda a subir na minha própria cabeça para alcançar a altura desejada.
 
 E, como falou Zaratrusta, assim falo eu...
 
 
 
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 30/11/2009
Reeditado em 30/11/2009
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