Fantasmas de uma Vida de Amor
A vida nos prega peças incongruentes, situações variadas, radiantes e trágicas. Ela é uma incógnita de tudo, um mistério pálido, um misterioso colorido. Quando nos deparamos com certezas, quando a calmaria se estabelece, eis que desafios nos são dados, para nos estremecer e parar e pensar nas possibilidades da vida.
A vida é um emaranhado de caminhos cruzados, de mundos moribundos que entrelaçam seus destinos tão indiferentes. A tristeza parece ser nossa mais fiel e eterna companheira, com abruptos e lapsos momentos felizes, passageiros. Daí então nos jogamos em noites de frio de bar em bar, procurando uma utópica e surreal alegria de ser e estar. Sempre estamos, nunca somos. A vida é uma passagem de incertezas, de um futuro desconhecido, de uma trama de ilusões. Vivemos procurando a felicidade, este é o objetivo de comermos e bebermos e amarmos.
Ah o amor. Triste e tão belo é o amor, que nos faz desfrutar o mais intenso dos prazeres carnais, mas que nos faz duvidar de nós mesmos, de nossas capacidades, de duvidar do próximo, de matar ou morrer. Temos a mais ludibria ilusão de que o amor nos tira da solidão, mero engano este nosso, puro egoísmo. Devemos sim, viver e vivendo saborear a solidão, tirar dela toda poesia, cada gota do seu suor e sua insônia acender cigarros e beber destilados para descrever todo um amor inventado. A solidão dos poetas é o resultado de um amor mal amado, desta vida tão louca que vamos embarcando em aeroportos e pousando em sonhos de promessas.