O casebre
O casebre
Uma poesia,o caminho que os olhos alcançam,os fatos,o casebre!
Estou na rua da solidão,periferia da cidade,me acolherei aqui.
Será que posso entrar? Entrarei...
Uma palafita,calçada florida de crianças enroladas em farrapos,
sentadas no chão de barro,brincam,sorriem e enfeitam a entrada.
Porta meio aberta ,minha curiosidade inquieta entra.
Pequena sala,um homem magro,esparramado no chão fuma,enquanto
observa uma novela,fato cotidiano na ditadura social brasileira,assistir
novelas.
Adiante,uma cozinha,poucas panelas,dois bancos , uma velha mesa,
e uma mulher,esquecida num tempo e viva organiza um fogo de lenha.
-Mãe quero um doce! grita uma vozinha da pequena ao lado da mãe,que pede em tom de raiva que o marido tire a criança dali .
-Minha filha,espera o comer,que amanhã Deus abençoará,argumenta
o pai.
Lembrei no instante de Severina e estou a conversar com João Cabral
de Melo Neto.
As severinas ainda enfeitam o cenário esquecido das vielas do país.(Érika)