Correndo por fora
“Correndo por fora”
Quando eu era um garoto de oito anos, parei um dia numa esquina, em frente a um mendigo que tocava gaita de boca.Pronto; Foi o sinal!A partir desse dia , a música entrou na minha vida para sempre. Passando pela gaita de boca, o violão, o acordeon, o piano, até chegar na “grade” dos arranjadores e compositores.
Hoje eu sei que, nós, os músicos, somos pessoas escolhidas. Não escolhemos a música, ela nos escolheu: Eu, aquele mendigo da esquina, o violinista da sinfônica ou o cara do piston da gafieira.
Cada um de nós trata a música á sua maneira e ela, mãe generosa, se dá a todos nós, como uma fonte inesgotável de beleza!
Minha relação com a música é uma coisa tão íntima, que ás vezes me dá um certo pudor de mostrar uma nova composição que acabei de fazer.
Então eu a levo pela(s) mão(s) aos saraus, aos teatros, á gafieira e aos festivais...
Ela me tem proporcionado conhecer lugares e pessoas, que eu nem imaginava que existissem.
É por isto, que eu “corro por fora”.
Aécio Flávio