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Música: Allegro - Handel



Embalagens de Natal

 
Recebi um E-mail, ou melhor, um spam comercial com os seguintes dizeres: “valorize o seu presente de natal com as maravilhosas embalagem da...”

A cultura do rótulo e da embalagem está tão disseminada que o presente, a cada dia que passa, está perdendo a importância. A embalagem e o rótulo servem, respectivamente, para proteger e identificar o produto. Quem comprar um objeto levando em consideração apenas a embalagem, com certeza, se decepcionará.

Existem embalagens para tudo, até para políticos travestidos de imaculados. Aliás, a embalagem de políticos é muitíssima interessante. Ela, de maneira mágica, mostra o lado bom e oculta o lado ruim. As coloridas e mágicas embalagens dos políticos modernos transformam verdades em mentiras e mentiras em verdades num átimo, deixando a todos sem ação e boquiabertos. A embalagem política seduz o povo e oculta a verdadeira face do lobo político travestido de cordeiro.

Outra embalagem valorizada nos dias de hoje é a embalagem do paradoxo, isso é, a ausência de embalagem. Para ocultar um vazio de espírito, de caráter e de conhecimento, mostra-se um corpo torneado pela juventude efêmera. Um corpo belo, mas, sem sabedoria é apenas uma embalagem descartável e que envelhece sob a ação inexorável do tempo.

A sociedade dita moderna usa múltiplas embalagens para ocultar a sua legitima face. A sociedade atual é a vítima da sua própria ação. Competir sem medir consequências e galgar o pináculo usando como escadas seres humanos se tornou o objetivo principal dessa sociedade desvairada. Uma sociedade que adormece com sonhos múltiplos e coloridos e acorda todos os dias com os mesmos pesadelos. Uma sociedade que veste muito bem a embalagem de boazinha e que procura pelos quatro cantos os culpados pelas crises que ela mesma criou.  

Existem embalagens que são verdadeiras obras de arte, elas enriquecem o presente, mas não é o presente. Quando se presenteia uma criança ela, rapidamente, abre a embalagem à procura do presente. A embalagem pode ser bonita, mas, a causa do fascínio é o presente.

O Natal é a da vida que se renova. É a celebração do amor. O amor que se manifesta por um aperto de mão, um olhar, um sorriso, uma palavra, um abraço, um beijo, um aceno e tantas outras formas simples e belas. O amor, o mais belo de todos os sentimentos, não necessita de embalagens, rótulos ou quaisquer outros adereços para ser manifestado. O amor flui espontaneamente quando o egoísmo é deixado de lado.



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Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 27/11/2009
Reeditado em 29/05/2012
Código do texto: T1946637