O bom ócio
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Publicado no Jornal Letras Santiaguenses, edição Mar/Abr 09
Existem épocas ociosas em nossa vida. Seja nas férias, final-de-ano, das cinco às seis, entre o trabalho e os estudos, ou nem isso, apenas quando dormimos.
Muito tempo ocioso ou pouco, cada um tem o seu. E que bem o usufrute. Alongue as pernas, ligue a tv, ouça a “Voz do Brasil”, atire-se na cama e olhe para o teto. Cada um tem o seu jeito de ocupar o tempo pra nada. Esses momentos de ócio são fundamentalmente importantes para o nosso bem estar.
Mal acordamos e o dia, ainda despertando, toma forma agitada, sem muito tempo para respirar. O almoço, às vezes, é um cachorro-quente, devorado em cinco minutos caminhando rumo ao próximo compromisso.
O dia permanece nesse tranco, até o momento em que a cabeça encosta no travesseiro, a dorsal prolonga-se por completo e uma gratificante sensação de prazer se apodera do corpo: relaxamos. É aí que inicia o ócio. Junto vem o sono, desesperado em busca da reposição diária de energia.
Nesse instante, a cabeça desliga-se (um pouco, vamos dizer) do mundo exterior e as idéias parecem juntar-se. Inicia o bom ócio, o relaxamento, o tempo pra não fazer nada.
Ele é bom porque ajuda a nos recompor, nos torna humanos, mostra que não vencemos em tudo, que é necessário também, agitar a bandeira branca e pedir um pouco de calma, paciência. Porque não somos máquinas, somos gente e temos limitações. E se aparece uma folga e não nos há vontade para preenchê-la com nada, não preenchamos, pois estaremos descansando, estaremos no bom ócio.