Dama da noite

Ali ia eu em uma noite de inverno, uma noite chuvosa e fria,negra,que só de pensar me da arrepios na espinha,

os becos da rua eram escuros também, se via apenas os

vultos de pequenas criaturas que iam e vinham entre os lixos largados de qualquer maneira nos latões, ruídos envolviam o silêncio da noite com os latidos dos cachorros vadios,o relógio marcava uma e cinqüenta e nove da madrugada, tive a sensação de que estava sendo seguido

tive receio de olhar para trás, acabei olhando mais nada havia lá, continuei olhando para trás e andando rápido até me deparar com uma linda mulher de vermelho, seus lábios eram grossos,cabelos negros, pele branca

quase pálida, acho que era por causa da temperatura que estava fazendo, -4ºC ela estava quase despida, apenas com aquele curto vestido vermelho, fiquei comovido com tal cena, decidi então ceder minha jaqueta para ela se agasalhar.Perguntei seu nome mais nada ela me dizia, apesar de ser muito bela tinha uma

fisionomia de quem estava muito triste e cansada, perguntei onde era a casa dela, e ela me respondeu pela primeira vez:

-Eu sou da rua, moro ali ,ali, ali e, ali ,(disse com uma voz de confiança)

Fiquei espantado, pois ela tinha me apontado quatro encruzilhadas, porque ela disse que era da rua, será que ela é uma moradora de rua? Várias perguntas me surgiam, perguntas sem respostas !

Finalmente ela me disse mais umas coisas:

-Não precisa ter medo, fui enviada para lhe proteger ,tem alguém lhe perseguindo ,alguém que quer a sua derrota, sua destruição, sua morte, mais eu darei um jeito Márcio!(Disse com uma voz doce e sensual).

Como aquela mulher que eu acabara de conhecer sabia meu nome? Então perguntei:

-Quem é você? De onde você me conhece? Eu não tenho dinheiro!(Disse assustado).

Neste momento uma nuvem negra surgiu em uma das encruzilhadas, tinha odor pútrido ,fiquei com mais medo ainda,era a primeira vez que via algo assim, aquela moça então entrou na minha frente tirou um punhal do meio dos seios e gritou:

-Você não vai destruir ele, você não tem esse direito,eu lhe ordeno que volte de onde você veio,(disse ela gritando)

Ninguém nos ouvia,pois era uma rua longa e quase abandonada,a nuvem vinha em nossa direção com muita rapidez, o odor era cada vez mais insuportável, daquela nuvem veio uma voz estrondosa dizendo:

-A vida dele é minha, ele vai junto comigo agora, fui enviado por uma pessoa que lhe detesta e quer ver sua derrota!(começou a gargalhar)

Lembrei da minha ex-esposa que já havia morrido, e antes de morrer jurou me encontrar onde é que eu estivesse.

Quando a nuvem negra se aproximou a linda mulher cravou o punhal na nuvem pútrida que como mágica

se desfez como algodão doce na boca de uma criança.A linda mulher me disse que eu deveria ir para casa sem olhar para trás e sempre que eu precisasse dela era só lhe chamar,quase que não estava acreditando naquele ocorrido,decidi perguntar o nome dela, ela me respondeu:

-Sou o teu desejo mais oculto, o teu amor em forma de paixão, o teu prazer em forma de vitória, tua alma em forma de mulher!Pode me chamar de que quiser é só lembrar da minha doce voz.Estarei sempre ao seu lado,agora vá e siga teu rumo.Continuei minha caminhada rumo a minha casa com aquele maravilhoso perfume de ROSA VERMELHA em minhas vestes.

Jefferson oliveira Bezerra
Enviado por Jefferson oliveira Bezerra em 25/11/2009
Reeditado em 05/06/2010
Código do texto: T1942772