SOU APENAS O QUE SOU !

 

     Estou tão acostumado com meus um metro e setenta que nem reclamo e nem lamento não ter pelo menos uns vinte centímetros à mais. O que importa mesmo é o tamanho do coração, a grandeza dos meus sentimentos.

    Não quero dizer com isso que eu possa ser um sujeito puro, sem defeitos, irretocável. Nada disso ! Perdi a conta da quantidade dos defeitos que eu tenho e qualidades, que são pouquíssimas até dá para contar com os dedos de uma das mãos .

    Talvez a qualidade que mais se destaca seja a de que eu me considere um sujeito integro. Gosto desta palavra, integro !

    Traduz muita coisa e tem uma amplitude e tanto. Noutro dia uma amiga a quem quero muitíssimo bem me classificou de indiferente a certas situações que a vida apresenta.

   Fiquei pensando no que ela realmente quis dizer e sinceramente, procurei pesquisar sobre o que de fato significa a palavra indiferença.

   Em principio me lembra pouco caso, desinteresse. Fazendo uma auto análise, tenho certeza absoluta de que não sou assim.

    Não sei de onde exatamente vem esse meu jeito mas, sou desses que se preocupam com a paz do mundo, com grandes enchentes, com a poluição, com o banditismo , sempre pensando nas consequências para os outros. Será que se preocupar com as pessoas possa ser considerado como algum tipo de indiferença. ?

    Também tenho uma certa sensibilidade. Creio até que tem muito a ver com o signo (sou libriano). Não posso ver uma velhinha ou um velhinho andando com dificuldade, uma criança chorando ou uma pessoa sofrendo que fico hiper comovido.

    É claro que me emociono e contenho as lágrimas e isso não quer dizer que eu seja uma pessoa insensível. A questão é que me controlo, custo a derramar uma lágrima e resumindo, disfarço muito bem.

    Não sei se isso pode ser considerado um defeito mas por, exemplo, meus filhos nasceram e cresceram amparados por este meu jeito firme, seguro, muitas vezes atrevido e com um coração muito difícil de ser dominado.

   Eu imagino que deva ter sido um bom exemplo tanto é que os dois têm uma personalidade muito forte e são absolutamente independentes.

   Pois  é,  sou   apenas o que sou. O fato de sorrir pouco e de gargalhar raramente não significa dizer que não ache graça nas coisas. Muito pelo contrário, consigo ver muitas coisas com bom humor, até escrevo algumas tolices bem humoradas.

   Se dificilmente alguém me vê sorrindo não quer dizer que eu esteja seduzido e corrompido pela amargura. É meu jeito, simples assim.

    Outra coisa que é também muito interessante é que não lamento o fato de ter olhos castanho escuros. Se eles fossem verdes, azuis ou cor de mel, não teriam a menor importância porque o que me deixa feliz é a certeza de poder enxergar tudo, com todas as cores.

   Tudo bem que tenho ajuda do meu inseparável óculos mas, volto a dizer, tudo bem pois o que importa é que posso ver todos e de tudo.

    Tenho uma outra querida amiga que me acha introspectivo. Mas pensem bem, por acaso ser comedido nas palavras, pensar antes de falar para em certas ocasiões não alimentar uma tola discussão significa introspecção ?

    Não pretendo ser famoso, aliás, tenho verdadeiro horror a fama. Nada contra os famosos mas pelo que me conheço pretendo continuar sendo apenas mais um na multidão.

    Também não me preocupa o fato de não ser ou fazer a diferença em nada.  Ainda bem, pois não me sinto muito bem conduzindo um rebanho, creio que ficaria muito melhor fazendo o papel de ovelha desgarrada.

   Vejo a vida com simplicidade. Detesto o compliquês e não sou muito chegado a palavras rebuscadas. Ainda ontem ouvi alguém usando a palavra inexorável. Achei extremamente engraçado a fisionomia perplexa dos ouvintes que naquele momento me deram a impressão de nunca terem ouvido falar nessa interessante palavra.

    Inexorável , para quem não conhece, dá a impressão de ser um remédio contra azia e má digestão.

    Então é isso. Acabo de perceber que são três e meia da madrugada. Vou ver se cochilo um pouco e aguardar a chegada dos primeiros raios do sol.

   Sou assim às vezes durmo, às vezes perco o sono, às vezes (lá uma vez ou outra) escrevo alguma coisa que se aproveite e em outras tantas exercito minha incrível capacidade de escrever tolas tolices.

     Mas isso não tem importância, afinal de contas....sou apenas o que sou.....

                         
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WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 24/11/2009
Reeditado em 22/02/2013
Código do texto: T1942438
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