O DIA EM QUE PASSEI A MINHA MAIOR VERGONHA
Frequentava um clube aqui em Curitiba, onde minha única utilização era fazer sauna.
As saunas nos clubes é o que substitui nos dias atuais os bares de outras épocas aonde se ia para conversar com os amigos.
E elas têm um diferencial, pois você acaba conhecendo uma gama muito grande de pessoas e dentre elas você acaba fazendo algumas amizades.
Em clubes um sócio novo tem muita dificuldade de quebrar as barreiras das ‘panelinhas’ que consideram um sócio novo como um sócio de segunda classe. E se você não tem o traquejo de quebrar estas barreiras você vai passar anos sem que te dêem abertura para entrar nas conversas predominantes.
Eu como fui criado e ambientado naquelas turmas de adolescentes que iam às festas sem ter sido convidado, nem aos sons onde tinha que se pagar para entrar, e que, mesmo que tivessemos dinheiro para pagar acabávamos ficando lá fora até quebrar as barreiras, eu nunca me preocupei em se estou sendo aceito ou não em grupos.
Isto para mim se tornou comum. É uma bagagem que está arraigada na minha personalidade, então nunca espero já ser aceito, de cara, em qualquer lugar que eu vá.
Agora que eu sou de quebrar panelas, lá isto eu sou.
Neste clube que eu fiquei de sócio por último, e que já não sou mais, era caminho da chácara onde eu morava. Então antes de ir para casa dava uma passada lá, fazia uma boa sauna e ia para casa.
Em todo clube existem as pessoas afetadas e neste tinha um líder que era colega de profissão, corretor de seguros, e quando o cara soube que eu também era, viu o seu reduto ameaçado, pois visivelmente, usava a sua influência no ambiente para granjear clientes.
O cara contava uma piada sem graça e os seus amigos caiam na gargalhada e eu dava uma tirada boa e todos ficavam emudecidos.
Notando isto fui ‘comendo pelas beiradas’ até chegar ao ponto de escolher com quem eu queria conversar ou não.
E como sempre fui livre e não afetado por nenhuma pessoa, independente da riqueza que ela pudesse ter ou não e sou também bastante satírico quando necessário, fui tirando de letra e com o tempo esnobando aqueles que eu considerava uns chatos e que eram os amigos daquele cara.
Eu acredito que em seis meses já estava sendo convidado para os churrasquinhos, mas normalmente não ia, pois sempre achei estes encontros sociais só de homens muitos chatos.
Na sauna a relação já era informal. E cada semana eu sentava com a turma que eu achava que estava mais interessante.
Estava já ambientado quando um amigo, muito vaidoso com a sua aparência e que ia sempre com uma pastinha cheia dos mais diversos cremes, e que pintava o cabelo regiamente de vinte em vinte dias, cismou que ia pintar o meu.
E que um dia iria trazer os apetrechos para pintá-lo lá mesmo na barbearia da sauna.
E não é que um dia cai nesta! Ele me pegou num dia não muito inspirado, imagino, e eu não sei por que, permiti que o mesmo o pintasse, e lá fui eu com ele para a barbearia enquanto os outros só ficaram no aguardo.
Eu estava com uns quarenta e cinco anos e, claro, tinha diversos grisalhos, mas que não me incomodavam e não me incomodam nem um pouco. Nunca fui chegado a vaidades e estes hábitos nunca me fizeram falta.
E lá saí eu, daquele clube, com o cabelo pintado e fui para casa, naquela época estava solteiro, mas quando acordei no outro dia para ir para o trabalho e olhei no espelho cadê a coragem de sair na rua, que vergonha, parecia que todos estavam me olhando.
Pegava um elevador e não sabia para que lado olhar, saia no corredor, ficava petrificado e entrar no meu escritório então? É lógico que ninguém comentou nada, mas eu ficava imaginando o que eles não deveriam estar pensando e morria de vergonha, pensando que todos estavam rindo por dentro.
Acho que eu nunca me senti tão exposto. E ir aos meus clientes então!
É claro que era só impressão minha, provavelmente, mas me convencesse disto!
Eu que nunca gostei de chamar a atenção foi um horror aquilo, não via a hora de o cabelo crescer um pouquinho para ir cortando.
Não tenho nenhum preconceito de quem pinte, mas eu tenho lá minhas dúvidas se o resultado é positivo, ou senão, se há vantagens para quem assim tem o hábito.
Deve ser um costume que dá satisfação pessoal à pessoa, mas, em seu meio, tenho bastante duvidas do seu resultado e se esta é positiva.
Cabelo caju ou qualquer outra cor que não seja o grisalho nunca mais.
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br
Frequentava um clube aqui em Curitiba, onde minha única utilização era fazer sauna.
As saunas nos clubes é o que substitui nos dias atuais os bares de outras épocas aonde se ia para conversar com os amigos.
E elas têm um diferencial, pois você acaba conhecendo uma gama muito grande de pessoas e dentre elas você acaba fazendo algumas amizades.
Em clubes um sócio novo tem muita dificuldade de quebrar as barreiras das ‘panelinhas’ que consideram um sócio novo como um sócio de segunda classe. E se você não tem o traquejo de quebrar estas barreiras você vai passar anos sem que te dêem abertura para entrar nas conversas predominantes.
Eu como fui criado e ambientado naquelas turmas de adolescentes que iam às festas sem ter sido convidado, nem aos sons onde tinha que se pagar para entrar, e que, mesmo que tivessemos dinheiro para pagar acabávamos ficando lá fora até quebrar as barreiras, eu nunca me preocupei em se estou sendo aceito ou não em grupos.
Isto para mim se tornou comum. É uma bagagem que está arraigada na minha personalidade, então nunca espero já ser aceito, de cara, em qualquer lugar que eu vá.
Agora que eu sou de quebrar panelas, lá isto eu sou.
Neste clube que eu fiquei de sócio por último, e que já não sou mais, era caminho da chácara onde eu morava. Então antes de ir para casa dava uma passada lá, fazia uma boa sauna e ia para casa.
Em todo clube existem as pessoas afetadas e neste tinha um líder que era colega de profissão, corretor de seguros, e quando o cara soube que eu também era, viu o seu reduto ameaçado, pois visivelmente, usava a sua influência no ambiente para granjear clientes.
O cara contava uma piada sem graça e os seus amigos caiam na gargalhada e eu dava uma tirada boa e todos ficavam emudecidos.
Notando isto fui ‘comendo pelas beiradas’ até chegar ao ponto de escolher com quem eu queria conversar ou não.
E como sempre fui livre e não afetado por nenhuma pessoa, independente da riqueza que ela pudesse ter ou não e sou também bastante satírico quando necessário, fui tirando de letra e com o tempo esnobando aqueles que eu considerava uns chatos e que eram os amigos daquele cara.
Eu acredito que em seis meses já estava sendo convidado para os churrasquinhos, mas normalmente não ia, pois sempre achei estes encontros sociais só de homens muitos chatos.
Na sauna a relação já era informal. E cada semana eu sentava com a turma que eu achava que estava mais interessante.
Estava já ambientado quando um amigo, muito vaidoso com a sua aparência e que ia sempre com uma pastinha cheia dos mais diversos cremes, e que pintava o cabelo regiamente de vinte em vinte dias, cismou que ia pintar o meu.
E que um dia iria trazer os apetrechos para pintá-lo lá mesmo na barbearia da sauna.
E não é que um dia cai nesta! Ele me pegou num dia não muito inspirado, imagino, e eu não sei por que, permiti que o mesmo o pintasse, e lá fui eu com ele para a barbearia enquanto os outros só ficaram no aguardo.
Eu estava com uns quarenta e cinco anos e, claro, tinha diversos grisalhos, mas que não me incomodavam e não me incomodam nem um pouco. Nunca fui chegado a vaidades e estes hábitos nunca me fizeram falta.
E lá saí eu, daquele clube, com o cabelo pintado e fui para casa, naquela época estava solteiro, mas quando acordei no outro dia para ir para o trabalho e olhei no espelho cadê a coragem de sair na rua, que vergonha, parecia que todos estavam me olhando.
Pegava um elevador e não sabia para que lado olhar, saia no corredor, ficava petrificado e entrar no meu escritório então? É lógico que ninguém comentou nada, mas eu ficava imaginando o que eles não deveriam estar pensando e morria de vergonha, pensando que todos estavam rindo por dentro.
Acho que eu nunca me senti tão exposto. E ir aos meus clientes então!
É claro que era só impressão minha, provavelmente, mas me convencesse disto!
Eu que nunca gostei de chamar a atenção foi um horror aquilo, não via a hora de o cabelo crescer um pouquinho para ir cortando.
Não tenho nenhum preconceito de quem pinte, mas eu tenho lá minhas dúvidas se o resultado é positivo, ou senão, se há vantagens para quem assim tem o hábito.
Deve ser um costume que dá satisfação pessoal à pessoa, mas, em seu meio, tenho bastante duvidas do seu resultado e se esta é positiva.
Cabelo caju ou qualquer outra cor que não seja o grisalho nunca mais.
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br