Penso, logo desisto! (BVIW)

Penso, logo desisto!

São tantos... Vários... Raros... Otários! Todos iguais e tão desiguais! Eu sou apenas mais um rosto em toda essa multidão de vidas que se arrastam. O que buscam com esses passos apressados? É inevitável estar entre eles e não pensar em quantos estão por aí sem saber quem de fato são. Não! Eu não bebi. Mas pensar na semana que começa me faz pensar na existência humana. Problemas cotidianos me tiram do esquecimento proposital de identidade que me proponho nos finais de semana. Encontro todos os dias os mesmos rostos pelo caminho, quase sempre nos mesmos lugares. E eles passam sem sorrisos. Não querem ser vistos. Não merecem ser lidos. Mas como? A vida é complicada demais pra suportá-la sozinha, e as chaves do amor o mundo não pode mais me dar. A cura não pode estar na próxima enfermidade, pois há uma eternidade de paz a espera da minha decisão. Porque tudo na vida deve haver um “eis a questão”? Os meus versos também não merecem ser lidos, mas sinto que devem ser escritos. Quando me calo, percebo que há palavras demais em meu silêncio. E quando falo, adoeço, pois vejo que há silêncio demais em minhas palavras. Se me conheço? Não sei. Não domino meus encantos, nem encanto quem tanto me domina. Aonde posso ir pra me descobrir? Qual vento vai me levar pro (re)conhecimento? Como posso saber se volto quando eu saio? É bom saber que amanhã estarei ocupada demais para pensar nisso, é bom saber que tem um amanhã. Rs!

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 23/11/2009
Código do texto: T1939406
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