Meu olhar para a multidão (ou psicóloga de araque) BVIW

Como são variados os rostos! “Iguais” só de irmãos gêmeos univitelinos, mas sempre com uma coisinha de nada a diferenciá-los. Como é interessante essa obra da natureza divina: todo mundo tem olhos, nariz, queixo, boca, dentes... porém, sempre diferentes. Nem filho é exatamente igual ao pai.

Olhando assim na multidão, dentro do metrô, por exemplo, não consigo decifrar o que vai pela mente de cada um, perdidos que estão em pensamentos: sobre o que vão enfrentar naquele dia ou o que lhes aconteceu anteriormente. Desfilando pelas ruas, em lojas ou bancos, temos à disposição milhares de exemplares e de tão habituados, nem prestamos atenção. O que pode nos impressionar são expressões. De gente alegre e risonha, indiferente, preocupada, safada, irritada ou triste e cansada.

Se vivem conformados com o que podem ser, se fogem de si ou pretendem chegar ao poder, só através do rosto não dá pra saber. O que vai sinalizar é o conjunto ambulante. Seu modo de vestir, de pentear, de se portar. O mal-ajambrado é desleixado. O discreto elegante em geral é confiante. Já quem muito se enfeita – com bom gosto ou vulgarmente - quer chamar a atenção. Pura vaidade, ou necessidade de brilho e ascensão?