É como encher a cara de cachaça para esquecer a dor de cotovelo..
Encher a vida de gente pra esquecer o quanto ela é vazia...
 
Eu prefiro qualidade à quantidade.
 
Por respeito a mim mesma, me dou ao direito de escoLher quem vale à pena fazer parte da minha vida e por que.
 
Absolutamente não desejo quantidade. São poucas as horas em que posso dedicar minha atenção a alguém ou a alguma coisa, pelo valor que representam em minha vida e doar-me plenamente, por isso prefiro optar por qualidade.
 
Não critico ninguém por gostar de encher a vida de gente e de coisas. Pode ser até legal, você fica sem tempo para maturar e entender os verdadeiros valores e isso acaba dando-lhe uma sensação de saciedade, de felicidade, de plenitude, mesmo que falsas e sem qualidade.

Mas e daí?

Quantas pessoas ligam pra isso hoje? Dançam qualquer coisa, leem qualquer coisa, falam qualquer bobagem e mesmo assim ainda acham um bando de desqualificados que gostam. A população tá crescendo e, não surpreendentemente, nivelando-se por baixo (não poderia muito ser de outra forma, é matemático).

A internet proporciona essa sensação de poder, de achar que se é uma grande coisa (e que bom que ela existe), até mesmo para mostrar aos outros o que não é, inventar identidades, dizer coisas que não sentem, deixar recados bobos, receber recados vagos e vazios de um monte de gente que absolutamente não tem o que fazer. É fácil, é simples, é cômodo e, para algumas pessoas, satisfaz plenamente o desejo de serem queridas (mesmo que falsamente queridas).
 
Claro que gosto da internet, participo de alguns sites onde escrevo e onde conheci pessoas bacanas, cultas, educadas, pelas quais tenho respeito e amizade sincera, além de carinho, mas foram amizades construídas, pouco a pouco. O que abomino são frases vazias e pessoas que querem colecionar amigos, ralacionamentos ou seja lá o que for. Acho até engraçado como acham tempo pra fazerem e dizerem tanta bobagem. Alguns ficam parecendo idiotas. Mas, paciência, são as ferramentas tecnológicas agindo à favor de todos, inclusive dos doentes, maníacos sexuais, mentirosos, falsos, corruptos, covardes, psicopatas, etc. Afinal é muito simples ficar na frente de uma tela inventando o que quer que seja, fazendo maldades, fofocas ou mesmo tirando onda com os outros.
 
Li um artigo da Lya Luft chamado "Não fui eu!", onde ela diz que vem recebendo e-mails de amigos e conhecidos, falando de um texto dela, que ela havia escrito e inclusive circulava com foto dela. Um texto cretino (segundo ela, eu não li), dizendo, entre tantas bobagens, que numa palestra para mulheres (que ela nunca deu), ela dizia coisas "inteligentes" há mais de uma hora e ninguém falava nada até que ela resolveu revelar sua idade e a platéia fez um "ahhhhh" de espanto. Ela diz no artigo que jamais precisou revelar sua idade, que é de domínio púbico e indignada diz o quanto estamos desarmados, despreparados e indefesos nessa terra de ninguém chamada internet (agora fico pensando, será que o que li também foi dela?). Ningém pode nem ao menos se defender. Não há leis para esses criminosos, imorais. Qualquer imbecil pode dizer qualquer coisa sobre você. É o ANONI(MATO) prejudicando pessoas inocentes que jamais fizeram mal a alguém.
 
Uma pena que uma ferramenta tão maravilhosa de comunicação, pesquisas e leituras possa estar sendo tão estupidamente usada para caluniar, destruir e prejudicar pessoas inocentes.
 
Segundo ela, o jeito é dar de ombros, mas não tem como não se incomodar ao ler um texto falso com seu nome embaixo e não ter como dizer: "não, pelamordedeus, não fui eu!". Diz também que, com tantas coisas neste mundo contraditório, a internet é a um tempo covil de covardes e terra de maravilhas.
 
Estou com ela, abominando toda essa sujeira internética, mas admitindo e usufruindo dessa ferramenta maravilhosa que temos hoje nas mãos e que nos pode acrescentar tanto, conhecendo lugares, pesquisando, estudando, fazendo bons amigos, trocando ideias, ouvindo boas músicas, descobrindo blogs interessantes, etc. Para tal, eu sinto o tempo ser pouco.
 
Uma boa semana para todos os meus amigos (virtuais ou não, mas amigos).
TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 23/11/2009
Reeditado em 11/08/2019
Código do texto: T1939315
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