Educação questionável
Certa vez, uma aluna me perguntou – com um tom de incredulidade na voz – por que eu decidira ser professora. Não pensei duas vezes para responder, “sabe que eu também não sei?!”. Suponho que a menina achou conveniente não perguntar mais nada.
Eu poderia ter feito uma explanação sobre todos os meus motivos, as influências boas que tive, os sonhos de universitária que acredita poder salvar o mundo (incluindo-se aí a educação). Mas eu estava desiludida. Terminantemente desiludida. A indiferença deles me corroia, os testes de paciência, as perguntas... Tudo, enfim!
Naquele dia, lamentei minha escolha. É, profundamente... E a sala dos professores confirmava meu desgosto, “Você é tão jovem! Saia da educação enquanto há tempo!”, “E aí, os alunos te deram muito trabalho?!”, eram sorrisos irônicos para todos os lados; no fundo (mas não tão no fundo), aqueles sorrisos queriam me ver padecendo do mesmo mal. Logo serei eu a receber um professor novo com um sonoro “Bem vindo ao inferno!”. Ou então não chegarei a este ponto: abandonarei a “educação” antes.