Qual é o seu Medo?
A conversa segue pela noite e se adianta, naquele grupo de amigos que nada melhor tinha para fazer do que falar de si para todos. O interessante nas rodas pessoais é que, em dado momento, de fato, tornam-se absolutamente pessoais. Começa-se a conversa como quem não quer nada e, de repente, alguém irrompe em alguma forma de confissão que pode causar ironia, asco, solidariedade ou até mesmo horror.
Falavam de medos, e medos todo mundo tem. Sempre quando surge uma frase do tipo que generaliza, logo me ponho a pensar: será? Questionar faz parte da minha natureza, embora saiba que nem todos têm a mesma. Sendo um indivíduo conhecido pela sobriedade, no sentindo literal, pouco me entrego a confissões do gênero quando o álcool as induz.
Sendo hoje, em determinados meios, pouco comum o hábito de se confessar ao sacerdote, os grupos de amigos fazem vezes de confessionário. E digo a todos que tenham cuidado com tais impulsos. A roda é livre para ouvir e também para passar adiante o que foi comentado. A privacidade torna-se algo que não se prende mais a quatro paredes. O mundo virou público e nossas vidas ganham, graças aos instrumentos da tecnologia, uma publicidade inimaginável anos atrás.
Tecendo fio a fio, descobri que a maioria tem medos em comum: medo da crise, de uma derrocada econômica, medo de ficar sozinho, de sofrer um acidente ou de cair doente, da violência urbana e, entre as mulheres, destacaram-se as baratas.
Guardando em mim a soma de todos aqueles medos, decidi buscar na Internet uma lista deles e encontrei alguns dotados de curiosidade:
- Medo de ficar cego (ablepsifobia) que deve ter ganho alguns adeptos graças a José Saramago e o seu incômodo Ensaio Sobre a Cegueira, que além de livro imperdível virou um impecável filme com destaque para Juliane Moore.
- O Medo de Tomar Banho (ablutofobia) que para alguns é mera desculpa, ganhou ares de notoriedade nas terras de Hugo Chávez aonde o banho por mais de 3 minutos passará a ser crime contra a pátria com direito a pena de morte e cadeira elétrica abastecida por luz de velas (na Venezuela bolivariana viver pode ser algo pior que a morte).
- a Acarofobia é um medo moderno no qual a vítima tem medo de ter a pele infestada por pequenos insetos (ácaros). Sou alérgico e sei que os bichinhos se encontram por toda a parte. Poderia tem me tornado uma vítima desse, caso ficasse alimentado isso na minha cabeça, o tempo todo, como certa vez um médico chegou a sugerir embora não fosse a sua intenção: ¨- Rapaz, tome cuidado! Tem ácaro até nos biscoitos¨. ¨- E aí doutor, vou parar de comer biscoitos?¨ Achei melhor trocar de médico ou acabaria como ele: com cabelos desalinhados, olhos estupidamente saltados e um riso nervoso sustentando dentes que deviam ranger à noite.
A lista é interminável e daria um livro, talvez até vários, reportando nossos medos. Um dos que me atacam em sonho é o medo de ficar nu em público. Não que tenha nada a esconder, mas não quero mostrar o que deve permanecer escondido. A horrível sensação de estar no meio de muita gente rindo da sua cara, ou de algo mais abaixo, assombra ¨todo¨ cristão. E novamente vem uma generalização a me perder...
A conversa segue pela noite e se adianta, naquele grupo de amigos que nada melhor tinha para fazer do que falar de si para todos. O interessante nas rodas pessoais é que, em dado momento, de fato, tornam-se absolutamente pessoais. Começa-se a conversa como quem não quer nada e, de repente, alguém irrompe em alguma forma de confissão que pode causar ironia, asco, solidariedade ou até mesmo horror.
Falavam de medos, e medos todo mundo tem. Sempre quando surge uma frase do tipo que generaliza, logo me ponho a pensar: será? Questionar faz parte da minha natureza, embora saiba que nem todos têm a mesma. Sendo um indivíduo conhecido pela sobriedade, no sentindo literal, pouco me entrego a confissões do gênero quando o álcool as induz.
Sendo hoje, em determinados meios, pouco comum o hábito de se confessar ao sacerdote, os grupos de amigos fazem vezes de confessionário. E digo a todos que tenham cuidado com tais impulsos. A roda é livre para ouvir e também para passar adiante o que foi comentado. A privacidade torna-se algo que não se prende mais a quatro paredes. O mundo virou público e nossas vidas ganham, graças aos instrumentos da tecnologia, uma publicidade inimaginável anos atrás.
Tecendo fio a fio, descobri que a maioria tem medos em comum: medo da crise, de uma derrocada econômica, medo de ficar sozinho, de sofrer um acidente ou de cair doente, da violência urbana e, entre as mulheres, destacaram-se as baratas.
Guardando em mim a soma de todos aqueles medos, decidi buscar na Internet uma lista deles e encontrei alguns dotados de curiosidade:
- Medo de ficar cego (ablepsifobia) que deve ter ganho alguns adeptos graças a José Saramago e o seu incômodo Ensaio Sobre a Cegueira, que além de livro imperdível virou um impecável filme com destaque para Juliane Moore.
- O Medo de Tomar Banho (ablutofobia) que para alguns é mera desculpa, ganhou ares de notoriedade nas terras de Hugo Chávez aonde o banho por mais de 3 minutos passará a ser crime contra a pátria com direito a pena de morte e cadeira elétrica abastecida por luz de velas (na Venezuela bolivariana viver pode ser algo pior que a morte).
- a Acarofobia é um medo moderno no qual a vítima tem medo de ter a pele infestada por pequenos insetos (ácaros). Sou alérgico e sei que os bichinhos se encontram por toda a parte. Poderia tem me tornado uma vítima desse, caso ficasse alimentado isso na minha cabeça, o tempo todo, como certa vez um médico chegou a sugerir embora não fosse a sua intenção: ¨- Rapaz, tome cuidado! Tem ácaro até nos biscoitos¨. ¨- E aí doutor, vou parar de comer biscoitos?¨ Achei melhor trocar de médico ou acabaria como ele: com cabelos desalinhados, olhos estupidamente saltados e um riso nervoso sustentando dentes que deviam ranger à noite.
A lista é interminável e daria um livro, talvez até vários, reportando nossos medos. Um dos que me atacam em sonho é o medo de ficar nu em público. Não que tenha nada a esconder, mas não quero mostrar o que deve permanecer escondido. A horrível sensação de estar no meio de muita gente rindo da sua cara, ou de algo mais abaixo, assombra ¨todo¨ cristão. E novamente vem uma generalização a me perder...