CRIME CULTURAL
Dia desses encontrei-me a poetiza sabarense Alzira Umbelino em um ponto de ônibus, fato que por si só vale como prenúncio de um dia de paz.A Alzira tem em si essa coisa de nos poetizar a alma. Às vezes nem tanto pela sua poesia, nem sempre acessível
aos comuns mortais pela natureza de sua subjetividade mas, principalmente, pela poesia humana traduzida na simplicidade, no caráter, no acolhimento e na ternura da poetiza.
Puxei conversa, mesmo porque, encontrar com Alzira e não fazê-lo constitui crime cultural grave e inafiançável contra o nossa sensatez. Seria, se bem comparo, como se o beija-flor, encantado com a beleza da rosa lhe ignorasse o néctar.
Enquanto não vinha o ônibus (santa demora), decorríamos por inicitaiva de Alzira, sobre alguns dos personagens típicos que ilustra a história de Sabará. E sobre estes discorrendo, impossível não lembrar o intrépido jornalista José Sebastião Viana, o "Grilo", com sua artesanal "Gazeta Sabarense", cuja tiragem de 500 exemplares passava de mão em mão, sendo lida tim-tim por tim-tim por mais de dois mil leitores.
E foi exatamente a lembrança da Gazeta Sabarense que fez detonar em nossa memória, a figura altiva do saudoso Nereu, um tipo superinteressante a quem o Grilo confiava, como forma de ajuda financeira, a comercialização do disputado periódico. Esgotados os exemplares, Nereu parecia deixar se encarnar pela refinada personagem do livro "O grande mentecapto" de Fernando Sabino e, pelas ruas e praças da cidade, numa rebuscada linguagem de rara fluência e objetividade, arrebatava ouvintes, pelo menos curiosos, para os seus discursos contra os mandos e desmandos dos políticos da época.
Também de justa lembrança, o nosso querido "Antônio do Pó", assim chamado por trazer sempre à palma da mão uma latinha de rapé, produto de fabricação própria, extraído do fumo, e que Antônio, gentil e indistintamente oferecia às pessoas que dele se acercassem.. Imagino que na cabeça de Antônio, o tesouro pessoal de cada um, cresce na medida em que é repartido com quem dele se aproveite.
Mas eis que chega o ônibus em socorro de nossas peculariedades e nos devolve à aflita observância do relógio e a devida preocupação com os afazeres sem importância que correspondem à pobre grande parte de nossas vidas.
Dia desses encontrei-me a poetiza sabarense Alzira Umbelino em um ponto de ônibus, fato que por si só vale como prenúncio de um dia de paz.A Alzira tem em si essa coisa de nos poetizar a alma. Às vezes nem tanto pela sua poesia, nem sempre acessível
aos comuns mortais pela natureza de sua subjetividade mas, principalmente, pela poesia humana traduzida na simplicidade, no caráter, no acolhimento e na ternura da poetiza.
Puxei conversa, mesmo porque, encontrar com Alzira e não fazê-lo constitui crime cultural grave e inafiançável contra o nossa sensatez. Seria, se bem comparo, como se o beija-flor, encantado com a beleza da rosa lhe ignorasse o néctar.
Enquanto não vinha o ônibus (santa demora), decorríamos por inicitaiva de Alzira, sobre alguns dos personagens típicos que ilustra a história de Sabará. E sobre estes discorrendo, impossível não lembrar o intrépido jornalista José Sebastião Viana, o "Grilo", com sua artesanal "Gazeta Sabarense", cuja tiragem de 500 exemplares passava de mão em mão, sendo lida tim-tim por tim-tim por mais de dois mil leitores.
E foi exatamente a lembrança da Gazeta Sabarense que fez detonar em nossa memória, a figura altiva do saudoso Nereu, um tipo superinteressante a quem o Grilo confiava, como forma de ajuda financeira, a comercialização do disputado periódico. Esgotados os exemplares, Nereu parecia deixar se encarnar pela refinada personagem do livro "O grande mentecapto" de Fernando Sabino e, pelas ruas e praças da cidade, numa rebuscada linguagem de rara fluência e objetividade, arrebatava ouvintes, pelo menos curiosos, para os seus discursos contra os mandos e desmandos dos políticos da época.
Também de justa lembrança, o nosso querido "Antônio do Pó", assim chamado por trazer sempre à palma da mão uma latinha de rapé, produto de fabricação própria, extraído do fumo, e que Antônio, gentil e indistintamente oferecia às pessoas que dele se acercassem.. Imagino que na cabeça de Antônio, o tesouro pessoal de cada um, cresce na medida em que é repartido com quem dele se aproveite.
Mas eis que chega o ônibus em socorro de nossas peculariedades e nos devolve à aflita observância do relógio e a devida preocupação com os afazeres sem importância que correspondem à pobre grande parte de nossas vidas.