A MÁQUINA DE COSTURA
Energia nova. O vandalismo à minha máquina de costura me mostra o quanto eu estou “dando sopa” aos maus e quão não zelosa com as minhas coisas no Catetinho, quase eu mesma.
Esse inventário da Fazenda ainda vai rolar.
E eu posso viver bem e conservar este Catetinho como um lugar não só amado, mas também bonito, limpo, pintado e conservado, aconchegante como um loft ou atelier. Até então é uma minha casa, muito pessoal e querida dada por minha mãe, que a fez de pau-a-pique no ponto mais alto e melhor escolhido daquela serra, voltado para um panorama deslumbrante. Tem uma cozinha grande de alvenaria com fogão de lenha, que acendo com tal prazer e, perto um fogão de acendimento automático que quase não uso. O de lenha tem chaminé e sai fumacinha que é o maior charme; de longe se vê que estou ali.
O Catetinho é algo muito especial: quando entro ali fico em paz. Uma magia, doce. E é meu. Minha mãe tinha uma clínica de crianças excepcionais em Petrópolis, chamava-se IMJ. Algo muito importante, e um dia falo especialmente disso. Esta casa tem também uma longa sala com portas abertas para oito quartinhos e cada um com uma janelinha que dá para o caminho e que é à frente da casa. É lindo. Na verdade é uma casa que se pode dizer que não tem fundos, só frentes.
Foi feita para oito alunos excepcionais especiais, a turma dos “meninos’, muitos já rapazes, mas com idade mental em cerca de quatro anos. Foi a primeira instalação separando esta turma específica, do restante da Clínica, em Petrópolis. Posteriormente foi construído um grande e belo pavilhão com dezesseis quartos. Transferidos os meninos pra lá, pedi a minha mãe que me desse o Catetinho, e ela me deu! Simples assim. Mãe é uma coisa maravilhosa!
Mas minha mãe é algo fantástico e merece um livro, uma mulher extraordinária. Nós duas confiávamos muito uma na outra.
Mas, o Catetinho... Ali vivi muitos anos e ali guardo tudo meu pessoal, arte, livros, tudo e mais alguns gatinhos que deixam a casa limpinha de bichos e bichinhos. Dormir até de janela sem fechar, confiando nos meus dois cães Che e Fidel, deitados no tapetinho fora da porta. Um sossego e muita Natureza, ar puro e fresco, e água de nascente. De dar água na boca, não?
Muitos anos sob o seu teto, completamente só. E diversão era lavar a roupa na máquina de lavar, e pendurar lá fora no varal do terraço ao sol e vento. A roupa secava em meia hora. Era só dobrar caprichado e guardar, nem precisava passar. Escrever, em máquina de escrever, muito boa. Ta tudo lá.
E o inventário vai rolar...
Agora tenho Fran e Valéria tomando conta. Vou só de vez em quando.
SÓ EU É QUE NÃO PRECISO FICAR LÁ
Energia nova. O vandalismo à minha máquina de costura me mostra o quanto eu estou “dando sopa” aos maus e quão não zelosa com as minhas coisas no Catetinho, quase eu mesma.
Esse inventário da Fazenda ainda vai rolar.
E eu posso viver bem e conservar este Catetinho como um lugar não só amado, mas também bonito, limpo, pintado e conservado, aconchegante como um loft ou atelier. Até então é uma minha casa, muito pessoal e querida dada por minha mãe, que a fez de pau-a-pique no ponto mais alto e melhor escolhido daquela serra, voltado para um panorama deslumbrante. Tem uma cozinha grande de alvenaria com fogão de lenha, que acendo com tal prazer e, perto um fogão de acendimento automático que quase não uso. O de lenha tem chaminé e sai fumacinha que é o maior charme; de longe se vê que estou ali.
O Catetinho é algo muito especial: quando entro ali fico em paz. Uma magia, doce. E é meu. Minha mãe tinha uma clínica de crianças excepcionais em Petrópolis, chamava-se IMJ. Algo muito importante, e um dia falo especialmente disso. Esta casa tem também uma longa sala com portas abertas para oito quartinhos e cada um com uma janelinha que dá para o caminho e que é à frente da casa. É lindo. Na verdade é uma casa que se pode dizer que não tem fundos, só frentes.
Foi feita para oito alunos excepcionais especiais, a turma dos “meninos’, muitos já rapazes, mas com idade mental em cerca de quatro anos. Foi a primeira instalação separando esta turma específica, do restante da Clínica, em Petrópolis. Posteriormente foi construído um grande e belo pavilhão com dezesseis quartos. Transferidos os meninos pra lá, pedi a minha mãe que me desse o Catetinho, e ela me deu! Simples assim. Mãe é uma coisa maravilhosa!
Mas minha mãe é algo fantástico e merece um livro, uma mulher extraordinária. Nós duas confiávamos muito uma na outra.
Mas, o Catetinho... Ali vivi muitos anos e ali guardo tudo meu pessoal, arte, livros, tudo e mais alguns gatinhos que deixam a casa limpinha de bichos e bichinhos. Dormir até de janela sem fechar, confiando nos meus dois cães Che e Fidel, deitados no tapetinho fora da porta. Um sossego e muita Natureza, ar puro e fresco, e água de nascente. De dar água na boca, não?
Muitos anos sob o seu teto, completamente só. E diversão era lavar a roupa na máquina de lavar, e pendurar lá fora no varal do terraço ao sol e vento. A roupa secava em meia hora. Era só dobrar caprichado e guardar, nem precisava passar. Escrever, em máquina de escrever, muito boa. Ta tudo lá.
E o inventário vai rolar...
Agora tenho Fran e Valéria tomando conta. Vou só de vez em quando.
SÓ EU É QUE NÃO PRECISO FICAR LÁ