Morte viva

Ficou meses desaparecida a Morte que mora defronte... Achei, portanto, que houvesse morrido. Quando eu nem mais nela pensava, eis que me reaparece sorumbática, olhando fundo e triste, para cima e para baixo, e, para mim, de quando em vez. Não compreendo o quê a Morte veio fazer aqui! Não podia já ter ficado na eternidade? O que vai fazer com o bônus recebido sabe-se lá de quem...? Contar quantos automóveis lhe passam diante da visão curta e turva? Ou preferirá contar os enterros piedosos, barulhentos, contritos... Gostava de saber como a Morte conta seu tempo restante e o que faz de útil à especie...