TEMPO, ESSE DESTRUIDOR!
TEMPO, ESSE REAL DESTRUIDOR!
Fiquei estupefato, isso para não dizer aterrorizado com uma reportagem de um jornal de grande circulação, sobre o lançamento de um filme a respeito das ex-“chacretes” (denominação das dançarinas que integravam a grade do programa de Abelardo Barbosa, o Chacrinha).
Aterrorizado, pela maldade do tempo...
Como que as pessoas podem mudar tanto, simplesmente, as moças, ops! as senhoras, estavam irreconhecíveis. Poderia seguramente afirmar, que nem caricaturas do que foram são mais.
Eu era criança e me recordo perfeitamente das exibições, digamos assim, estéticas das moças... hoje, por favor, me perdoem a sinceridade, nem para figurantes de filme de terror servem mais... é o tempo!
O tempo esse real destruidor, acaba com a vaidade, com o orgulho, com a beleza física, com o chamado charme(?!) ah! Com o charme não? Então, me aponte uma idosa charmosa? Por favor, mais uma vez, sem maldade, é a realidade, sem subterfúgios!
Assim será com você se sobreviver e comigo também se eu chegar a tanto!
Mas, por enquanto, falando delas, meu Deus, como ficaram feias!
Como eu gostaria de falar o contrário e dizer assim: (parodiando o filme A MORTE LHE CAI BEM!) o tempo lhes fez bem!
Ao contrário, o tempo, as destruiu!
Acredito, que se a morte do ”Velho Guerreiro”, não as tivesse tirado tão abruptamente do cenário artístico, elas não se submeteriam a papel tão humilhante, ao tentar a voltar a ser réstia estereotipada do que um dia foram!
Ao mesmo tempo que é degradante, é instrutivo!
Degradante para aqueles que vem na fama e no cenário artístico uma maneira de estarem sempre em evidência, como se as coisas nunca mudassem e de todas as formas pretendem perpetuar sua beleza para sempre e isso não é possível e não é bem assim, já dizia Heráclito: “nada existe de permanente a não ser a mudança!”
Instrutivo, sim, para aqueles que sabem que tudo é passageiro e talvez, quem sabe, por falta de opção são obrigados a conformarem-se com a realidade tal qual ela é(?!) sim, a dura realidade: acordar cedo, ir trabalhar, voltar a tarde, descansar nos feriados, trabalhar neles, também, etc. Viver de salário! Tomar condução! Pegar fila! A vida é essa, essa é a vida, razão pela qual, uma daquelas senhoras, asseverou tristemente: “um dia estávamos no programa, no outro (após a morte do Chacrinha), nada!” ou seja, a partir dali, teriam que tomar conta de suas próprias vidas... e gerirem seus próprios destinos!
Menos mal, pelos menos, sobreviveram para contar a história!