Ponta de Sírios

Peguei minha imaginação pensando e em um simples estalar de dedos aprisionei o quase fujão pensado,ele estava correndo perto do meu córtex logo após ter passado pelos meus neurônios. O pensamento tinha até nome para que eu identificasse em meio a tantos outros, para que fosse notado no meio de tantas besteiras. Nossa! quase o perdi novamente, seu nome era Jill era um tesouro em minha mente. Agora faço vocês pensarem, o quê seriam os tesouros? Como são definidos? E Por quem são valorizados? Jill mostrava-me que desde do século XVI os piratas saqueavam os navios, pilhavam todos os brilhantes disponíveis dentro e fora do convés, na sala do capitão não foi deixado nenhum rubi para contar quem tinha sido o larapio. Jill não era um pirata comum, não estava interessado nos dourados e nem nos colares de donzelas talvez, em uma donzela e nada mais. Ele presava apenas por um tesouro que foi lhe tirado, lembro-me dele contado a cena do momento de sua perda, quando seu bem mais precioso lhe foi tirado.

Era tarde da noite estava sentado no porto lendo e relendo aquele velho papel, meio amarelado pois sofreu as duras condições do tempo, nele estava escrito as últimas palavras de minha mãe que me deixava muito cedo, lembro muito bem de cada linha, Caro e doce filho lhe deixo cedo pois aquele que tudo fez me chama para ajudá-lo na reforma que irá fazer nesse lugar, como você bem sabe sou uma boa cozinheira e uma mulher como eu irá colocar boas rédeas nesse universo aliás,ele precisa de alguns dos meus conselhos e um toque feminino não faz mal. Meu amado não chore em minha partida pois foi por boa causa, caso sinta minha falta olhe para Sírios estarei sentada em sua ponta olhando o que anda fazendo na terra dos homens, ao sentir falta de conversar com alguém que lhe entenda pare de ouvir sua voz e ouça minha que estará todo momento com você, ao olhar para céu estarei lá, não porquê virei um anjo mas, para eu poder acompanhar seus passos rápidos apenas voando. Não esqueça que os sonhos são apenas a extensão da realidade (e a realidade em que você encontra foi feita graças aos sonhos que foram trabalhados em conjunto), o real que muitas vezes será duro e frio porém, estarei contigo sobre seus ombros assim que seu queixo bater pela primeira vez, filho não te deixei sozinho irá encontrar algumas pessoas que aceitarão navegar sob seu comando futuro capitão Jill, Beijos de sua primeira donzela que te ama, Adeus. Olhe para o alto e veja Sírios.

Aquele adeus significava algo que não podia ser remediado era uma porta sendo trancada pelo carrasco. A chave que trancava a fechadura, acorrentava também o meu coração.

- Jill?

Sim?

Prossiga por favor?

-Claro.

Voltando ao cais quando estava terminando de ler, MEU único tesouro! Bateu um vento do norte levando a carta para o Mar,caí água adentro perseguindo meu rubi, minha ponta de Sírios, mas era tarde você tinha pegado e escondido dentro de suas escamas, por isso terei que roubar sua pele,como roubei tudo que estava pela frente antes de chegar nessa caverna, roubei para saciar a sede dos meus homens; também matei homens nas batalhas ou por covardia para chegar até aqui, com isso Poseidon, o mato por ter roubado meu único tesouro.

A sua espada me decapitara, dos seus olhos escorriam lágrimas que poderia ter evitado não roubando sua preciosa ponta de Sírios. Ao fundo uma vitrola tocava I miss you love, se bem me lembro.

Gilmar Elric
Enviado por Gilmar Elric em 19/11/2009
Código do texto: T1931733
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