O VALOR DO PENSAMENTO DIVERGENTE




 
O cinema tem sido uma incrível experiência reflexiva, além de estética, em minha vida. Dialogar com uma obra cinematográfica é o encontro de duas "bagagens da alma": criador e espectador.

Falar sobre um filme, interpretar possíveis conteúdos simbólicos é transitar em inúmeros caminhos de compreensão. Nem sempre o que vejo e interpreto será compartilhado. E é nessa diferença que reside uma das maiores e mais belas conquistas do ser humano: a liberdade do pensamento. E o valor do pensamento divergente.

Se confirmo integralmente a história concebida pelo cineasta, não dialoguei pessoalmente com a obra, mas apenas reproduzi o pensamento de outro ser humano: torna-se um monólogo.

O diálogo é fruto de uma disposição para compartilhar e conviver com divergências. Meu olhar, não necessariamente, precisa ver apenas o que outra pessoa idealizou.

Pelo contrário. As grandes obras dos mestres do cinema me ensinam a entender que estão abertas a todos os olhares possíveis. E quanto mais consistente é a obra, maior sua capacidade de abrir-se a estas abordagens.

Pensar é uma conquista do animal racional capaz de simbolizar.

Pensar diferente deveria ser a mais natural possibilidade.

Entretanto, ainda é raro o exercício deste convívio e tolerância com o pensamento que difere e diverge.

Talvez, ainda leve muito tempo para entender o que a liberdade exige.





(*) IMAGEM: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 18/11/2009
Reeditado em 18/11/2009
Código do texto: T1930433
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