Um Iraque no Brasil
Tiroteio por toda parte, morte de inocentes, numa guerra que não foi deflagrada institucionalmente, como a do Iraque. Entretanto, os resultados são ainda mais devastadores. Estatisticamente está comprovado que no Brasil morre mais gente pelas armas do que nos países onde efetivamente houve guerra. Culpa do tráfico das drogas, culpa da miséria, da falta de educação, das políticas públicas e por aí vão enumerando as mais diversas causas para o crime que não para de crescer. Diríamos até que não só um Iraque, mas muitos Iraques espalhados por esse Brasil afora.
Entre as inúmeras causas, não se pode negar o efeito da corrupção existente nos mais diversos segmentos da sociedade. Vez por outra, se detecta a corrupção exatamente no segmento que tem a responsabilidade precípua de combatê-la. Aí a coisa vai ficando cada vez mais difícil. Maus policiais, maus juizes, maus fiscais, maus gestores públicos e, principalmente, maus políticos, vão contaminando o ambiente onde a tendência é o aumento da epidemia.
Como está mais que comprovado que a educação é mãe de toda a civilidade do homem, é preciso que haja mais investimento nesta área, deixando de ser apenas um tema retórico dos políticos para ganhar a simpatia dos seus eleitores. Quando vemos professores totalmente despreparados, menos qualificados em educação do que os de outras áreas profissionais, só podemos admitir que o ensino ainda esteja muito a desejar.
Freud já dizia que “a educação refreia o instinto”. Portanto, o homem educado pode controlar o seu instinto animal, passando a ser realmente uma pessoa civilizada, capaz de conviver em harmonia no seu meio social. Só assim poderemos eliminar os Iraques aqui infiltrados, trocando por países do primeiro mundo, onde a prioridade é educação, a semente da paz.