Favelas
As favelas foram sempre tratadas de maneira romântica; não só pelas autoridades governamentais, como pelos intelectuais de proveta, as ONG's, os donos do samba, os banqueiros do bicho, estrangeiros e, principalmente as estrangeiras, organizando suas teses de doutorado, em instituições européias, mais que nas americanas. De quando em vez, brota uma vontade diferente, gerada pela figura plástica do negro. Assim, o Príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, se encantou com a negra pelada 2 vezes, causando manchetes no mundo inteiro. Àquela época, o príncipe era considerado um nobre ingênuo; muito antes de sacanear a princesa neurótica, que morreu prematuramente, para desgosto do mundo inteiro, dos comunas e até do povo de Inhaúma. Falava-se em pintar os barracos de cores berrantes para dar vida e alegria àqueles, para quem a favela é apenas paisagem! Um importante professor da USP, num dos elegantes almoços de um dos restaurantes mais sofisticados de SP, disse, enquanto degustava o salmão, que a solução das favelas, seria jogar uma bomba em cima de cada uma... como talvez os americanos estejam fazendo nas comunidades do Afeganistão. Não tenho até o presente momento, uma idéia para dar solução ao problema das favelas; surpreendentemente, quem mais trabalhou numa solução foi Carlos Lacerda. Quem tem vergonha na cara, chora com o povo bom das favelas, trabalhadores humildes, muitos explorados por patrões granfinos...Só nos resta chorar e dizer que existe solução...existe solução...existe solução...
O tema é muito bom para filmes, como o antigo "Favela dos Meus Amores" de grande sucesso; para a música, onde brilhava na voz do Silvio Caldas: “Favela, oi Favela, Favela que trago no meu coração; ao recordar com saudade, a minha felicidade...” É possível que a letra não seja bem assim! Hoje, as favelas estão contaminadas pelo tráfico e pela revolta do abandono, onde existem leis paralelas. Existe solução...