Como se Faz uma Celebridade

Seguindo o dito popular que “não há mal que não traga um bem”, a jovem universitária Geisy Vila Nova Arruda, da Universidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, que foi achincalhada pelos próprios colegas, tendo de sair da faculdade sob escolta policial, torna-se hoje uma celebridade. Loira, bonita e sensual, ousou chamar a atenção com seu vestido vermelho, curto e bom decote, mostrando suas coxas bem torneadas e seus robustos seios, num ambiente em que exigia traje menos ousado. O que poderia resultar numa simples advertência, resolvendo o impasse sem muito estardalhaço, explodiu como uma bomba de efeito devastador, em razão de uma medida radical, por parte da instituição. A expulsão da estudante apenas pelo uso inapropriado de sua indumentária repercutiu na mídia nacional e internacional, provocando uma reação de protesto geral, pelo que a direção da universidade, reconhecendo o seu erro, teve de desconsiderar o seu ato, aceitando de volta a sua revolucionária aluna.

Diante de tal repercussão, graças à imprensa escrita, falada e televisada, o que antes foi motivo de constrangimento, agora dá Ibope, mediante entrevistas nas mais diversas redes de televisão, jornais, revistas e outros meios de comunicação. Aproveitando-se de sua beleza estética, a jovem loira já foi até convidada para posar em revistas masculinas, com tentadoras ofertas financeiras. Por enquanto, responde que ainda vai pensar. É uma estratégia para aumentar o seu cachê. Quanto maior for o número de apresentações nas redes de TV, as entrevistas e outras badalações, maior nível de celebridade vai alcançado. A imprensa, que tanto pode destruir como construir uma boa imagem, tem o poder de criar celebridades. Eis aí o resultado da ousadia de uma mulher que acreditou na sua sensualidade, atraindo a mídia para promovê-la. Aquele dia em que ela mesma definiu com o pior dia de sua vida, expulsa sob vaias e achincalhamentos, e ainda sujeita a maiores agressões, pode ter sido o dia do seu passo para a celebridade. Que outras não busquem esse mesmo caminho, que pode ser perigoso. Desfazendo o dito popular, podemos admitir que “nem todo mal traz um bem”.