FILOSOFIA: O HOMEM E A SUA CONSCIÊNCIA DE DIGNIDADE PENSANTE
“Não há ninguém, mesmo sem cultura,
Que não se torne poeta quando
O amor toma conta dele”.
(Platão)
Tem dias em que escrevo para mim mesma, principalmente quando trato de Filosofia, quando me apego aos aristóteles, aos kants, aos hegels em busca de definições para não ficar apenas numa noção etimológica da palavra.
O pensamento ocidental reconhece Filosofia como significando amor ao saber. É dito que os primeiros filósofos gregos não concordaram em ser chamados sábios, por não terem a consciência do muito que ignoravam. Preferiam ser conhecidos como amigos da sabedoria – filósofos.
E a filosofia, quando começou? Segundo o pensamento de Aristóteles, que por sua vez repetia o ensinamento platônico, dizia que Filosofia começou com a perplexidade, ou melhor, com a atitude de assombro do homem perante a natureza, em um crescendo de dúvidas, a começar pelas dificuldades mais aparentes. Émile Bréhier no seu Études de Phisophie Antique, nos ensina que a “Filosofia começou quando as afirmações da consciência espontânea sobre o homem e sobre o universo se tornaram problemáticas.
Explica o mestre Miguel Reale em Filosofia do Direito, no capítulo que trata do Amor ao Saber e Exigência de Universalidade, que o homem passou a filosofar no momento que se viu cercado pelo problema e pelo mistério, adquirindo consciência de sua dignidade pensante. Não é preciso pois, sentir-se tranquilamente ancorado em algum sistema de Filosofia, nem ser capaz de dizer em que ano escreveu Kant cada um dos seus estudos para se possuir atitude filosófica: esta é próprio de quem saiba captar e renovar os problemas universais sobre o cosmo e sobre a vida, procurando satisfazer às exigências atuais, significantes por novos e por velhos problemas situados em diversos ciclos histórico-cultural.
Vou ficando por aqui... E, para quem gosta de pensar, deixo uma reflexão agostiniana de Blaise Pascal sobre a verdade: “tu não me procurarias, se já não me tivesses encontrado”.
Texto baseado em Filosofia do Direito de Miguel Reale / 17ª Edição / 1996 / Ed. Saraiva. Filósofos citados: Platão, Aristóteles, Émile Bréhier e Blaise Pascal.