Fralda-Descartável ou Vestido-Curto.
No dia 5 de maio de 2003, os telejornais divulgam o ocorrido com a universitária Luciana Novaes, atingida por uma bala perdida no pátio da universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro, e a partir de então ela torna-se tetraplégica, não sustentando a própria cabeça, utilizando fralda descartável, respirando com a ajuda de aparelhos, sendo dada a ela 1% de chance de vida. Passado pouco mais de seis anos, por graça de Deus, ela continua viva e vivendo para surpresa e alegria de todos que lhe acompanham.
No dia 29 de outubro de 2009, os telejornais divulgam o ocorrido com a universitária Geisy, que foi retirada, com escolta policial, das dependências da uniban, visto que o vestido o qual ela usava era demasiadamente curto, causando assim um grande tumulto dentro da universidade. Passado pouco mais de quinze dias, eu disse quinze dias, esta jovem vem ocupando páginas e páginas de jornal, programas e mais programas de televisão e rádio, tornando-se uma “Celebridade de... P. Nenhuma”.
Oh!!! Mídia de Mérdia, que confecciona vestido-curtos cheios de influências maquiavélicas, que são: valorizar o sem nexo, alavancar o desabado, embelezar o monstruoso, eleger o inescrupuloso, aplaudir o vaiado, perfumar o podre, vitimar o culpado, bater palma pra maluco dançar, fazer sorrir para o trágico, não deixar sorrir para a alegria, acreditar na mentira, desacreditar na verdade, defender o indefensável, emagrecer a gorda, etc. Deixando ver, saber, perceber, entender, conhecer quase nada, e, nunca tudo.
E com isto, aquela que usa a fralda-descartável é apagada da mídia, e a que usa o vestido-curto é desabada em nossas casas.
Mas como é divulgado na Mérdia da Mídia: “É disso que o POVO gosta!!!”
Bem, que o Zé canta:
Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa, engrenagem
Já sente a ferrugem, lhe comer.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
O povo, foge da ignorância
Apesar de viver tão perto dela
E sonham com melhores, tempos idos
Contemplam essa vida, numa cela
Esperam nova possibilidade
De verem esse mundo, se acabar
A arca de Noé, o dirigível
Não voam, nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar,
Não voam nem se pode flutuar.
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado e,
Povo feliz
Até quando???
Nele, que é o caminho, a verdade e a vida
Um abraço
Luiz Otávio
17 de Novembro de 2009
Duque de Caxias - RJ