Uniban Taliban?!
É incrível a proporção que tomou o caso ocorrido dentro da UNIBAN. Com tantos assuntos urgentes e imprescindíveis, a mídia se movimenta polvorosamente em torno de uma moça de vinte e poucos anos que não soube se portar adequadamente em um ambiente estudantil. Ninguém parou ainda para pensar a razão, o motivo principal, a raiz do problema. O que aconteceu com essa moça foi uma tragédia anunciada. As coisas já estavam acontecendo e naquele fatídico dia, foi a gota d'água. Como culpar uma instituição pela reação de aproximadamente 700 alunos? Seria justo dizer que a UNIBAN foi culpada por isso? É justo jogar o nome de uma instituição na lama por causa da falta de educação moral das pessoas? A conduta da faculdade agora é que está em jogo. Estamos verdadeiramente enfrentando tempos novos no mundo. Os valores estão mudando e muito rapidamente. Hoje, uma mulher que se diz prejudicada em sua moral e em seus costumes não precisa demonstrar no rosto tristeza e humilhação. Ela pode defender-se usando roupas mínimas, expondo sua imagem aos quatro ventos, pois ao que parece, seus direitos estão garantidos.
O que realmente aconteceu ninguém questiona. Talvez – imaginem – os alunos estivessem em franca atitude de revolta e vingança. Alguém já pensou nisso? Ora, estamos no Brasil! É só dar uma voltinha por aí para ver mulheres com vestidos curtos, shorts mínimos, entretanto não vemos manifestações desse tipo em parte alguma do país. Cada um se veste como quer, vivemos em regime de democracia. Mas existe algo chamado bom senso. Os trajes usados por essa moça demonstram apenas o que ela carrega dentro de si. Não se trata de machismo ou feminismo. Também não foi falta de respeito por parte da instituição. Muitas alunas freqüentam a faculdade usando saias curtas e vestidos mínimos e me pergunto: por que ela, justamente ela incomodou tanto? Não foram apenas homens que se manifestaram naquele dia. Mulheres também. O país está cobrindo-se de uma máscara. Cobra-se limite por parte de alunos que também têm pais que investiram financeiramente nos estudos de seus filhos. Mas não se cobra limites a uma moça que desde o início do ano vem incitando a moçada com seus vestidos curtos. Na rua ela não causou comoção. Lógico. No ônibus, na rua, ou em qualquer outro lugar a manifestação ficou apenas no pensamento. No ambiente escolar, a irreverência inerente dos jovens transbordou. Ela colheu o que plantou com suas atitudes e suas provocações feita são longo do ano. Um apresentador de TV mostrou à mulheres no auditório o vestido que ela estava usando e perguntou: “Meninas, como vocês se sentiriam estando com uma roupa com essa e sendo execradas, humilhadas, apenas por estarem usando esse vestido? Vocês acham esse vestido escandaloso?”
Quando os olhos serão abertos? Quando essa farsa terminará? Quando esse circo vai acabar? A manifestação dos alunos já estava anunciada há tempos, mas o pior disso tudo é que as pessoas não estão vendo que o problema todo NÃO FOI o vestido!! Não estamos falando aqui de moralismo, estamos falando de enquadramento. A moça sempre gostou de decotes, de saias curtas, de calças apertadas. Acredito que em uma empresa multinacional esse tipo de vestimenta não seria tolerado, até mesmo porque causaria constrangimento aos colegas de trabalho. Não, não é questão de julgamento, não é questão de moralismo, não é questão de perseguição, não é questão de machismo, é questão de bom senso. O rosto de vítima caiu nas graças da mídia, que adora ver o circo pegar fogo. Foi inadequada a expulsão da aluna por parte da faculdade, afinal não existe um manual que ensine um aluno ou aluna a ser vestir, isso se aprende em casa. Ela foi como costuma ir a qualquer lugar e já vinha comparecendo às aulas sem que nenhum tipo de pena lhe fosse imputada. A UNIBAN não soube o que fazer com a reação de centenas de jovens que se cansaram das provocações impostas à eles visualmente e que resolveram provocar, manifestando-se. O Brasil não sabe o que fazer com esse falso moralismo que vem impregnando nossas vidas, mas a mídia sabe muito bem o que fazer com a ignorância de ambos.