Uma Boa Confissão

Que me respondam os psicólogos ou outro estudioso do comportamento humano, porventura aqui existentes entre os leitores do Recanto das Letras. Aos 66 anos, bem casado, apesar de algumas briguinhas por ciúmes indevidos, duas filhas e um casal de netos, não fiz aqueles amigos que costumeiramente chamam de “amigos de copo”, para um eventual encontro nos barzinhos, aos finais de semana. Imagino que pode ter sido em razão da minha preferência pelas mulheres, já a partir da minha fase estudantil, por ocasião da formação de equipes para a realização de algumas tarefas. Via nelas maior interesse pelo estudo e eu precisava recuperar o tempo perdido, pois só muito tarde comecei a estudar, tendo em vista a minha origem rural.

Enquanto solteiro, junto com essa preferência poderiam estar embutidos outros interesses, até porque algumas colegas tornaram-se minhas paqueras, embora por pouco tempo. Muito tempo depois, na faculdade, zeloso pela harmonia no casamento, ainda assim preferi participar de equipes em que predominava a presença feminina, visto que os homens costumavam dar uma fugidinha nos intervalos, indo até os barzinhos tomar uma geladinha, quase sempre perdendo parte da aula, por retornarem com atraso.

Na condição de pai, por ter tido só filhas mulheres, felizmente nunca precisei pressioná-las para estudar, como aquela habitual determinação de alguns pais, em relação aos filhos: “estuda menino”!!!.

Elas, por iniciativa própria, sempre foram dedicadas aos estudos, independentemente da recomendação paterna. Talvez por isso, tenha sido eu sempre adepto das equipes femininas, quando o objetivo é estudo. Portanto, Senhor Juiz, Senhor Padre e Senhor Psicólogo, a minha preferência por mulheres não foi só por aquele seu lado feminino que atrai o meu lado masculino, mas também pela sua dedicação ao que há de mais importante para a sociedade: educação. Eis aí a minha sincera confissão.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 16/11/2009
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