ESTRANHOS NO NINHO
Todas as manhãs, a imaginação viaja naquelas penas amarelas. Da janela do meu quarto, vejo que está ali, sempre no mesmo lugar e em silêncio. Nenhum pio. Parece esperar.
Espero também mergulhada em indagações. Faço companhia imaginária. Será que deseja? Pensa? É capaz de enxergar sua imagem refletida no vidro do carro? Quem sabe, busca encontrar alguém como a si próprio?
Dia após dia, observo. E as asas do pensamento arriscam outro vôo. Somos almas inquietas ligadas pela natureza livre. Ele vem até a porta do meu carro, todos os dias, por instinto. Mais um estranho no ninho, longe dos bandos. Assim como os seres humanos que pensam por si e realizam a singularidade de seus traços.
Esta liberdade cobra um preço. O sentido da existência sem bengalas, nem alienação crítica. A recusa em massificar a estrada da vida. E para ele? Curiosidade, aventura, turbulência e muitos vôos solitários.
Hoje, pela manhã, o passarinho pousou no lugar habitual. Perdi a hora e não o aguardava na janela do quarto. De repente, pela primeira vez, ouvi seu trinado. Sorri ao imaginar que chamava por mim: outra estranha no ninho.
E enquanto dirigia para o trabalho, assobiava...
(*) Crônica desenvolvida a partir da imagem
Todas as manhãs, a imaginação viaja naquelas penas amarelas. Da janela do meu quarto, vejo que está ali, sempre no mesmo lugar e em silêncio. Nenhum pio. Parece esperar.
Espero também mergulhada em indagações. Faço companhia imaginária. Será que deseja? Pensa? É capaz de enxergar sua imagem refletida no vidro do carro? Quem sabe, busca encontrar alguém como a si próprio?
Dia após dia, observo. E as asas do pensamento arriscam outro vôo. Somos almas inquietas ligadas pela natureza livre. Ele vem até a porta do meu carro, todos os dias, por instinto. Mais um estranho no ninho, longe dos bandos. Assim como os seres humanos que pensam por si e realizam a singularidade de seus traços.
Esta liberdade cobra um preço. O sentido da existência sem bengalas, nem alienação crítica. A recusa em massificar a estrada da vida. E para ele? Curiosidade, aventura, turbulência e muitos vôos solitários.
Hoje, pela manhã, o passarinho pousou no lugar habitual. Perdi a hora e não o aguardava na janela do quarto. De repente, pela primeira vez, ouvi seu trinado. Sorri ao imaginar que chamava por mim: outra estranha no ninho.
E enquanto dirigia para o trabalho, assobiava...
(*) Crônica desenvolvida a partir da imagem