Estado de férias

Vira, mexe, remexe. Isso vai, isso fica. Pronto. Quer dizer, mala pronta. “Pé na estrada”. “Voar as tranças”. É importante não perder um minuto sequer, porque a partir desse momento o tempo parece passar muito mais rápido. Isso, pelo simples fato de ser o primeiro dia de férias. No entanto, a sensação de liberdade é maior e você se sente soberano, pois por alguns dias você não será manipulado pelo tempo e sim, você poderá manipulá-lo.

Na viagem, a música que toca na rádio é embalada e te faz cantar e não pensar em mais nada. Até mesmo aquela canção que dias atrás você dizia não suportar, começa a ter significado: “Oba, oba, oba!” “Que vida boa, ou, ou, ou que vida boa!” Tudo parece estar em sintonia.

Aos poucos o som mecânico vindo do rádio e do trânsito vai sendo substituído pelo som da natureza. O ar vai ficando mais leve. A paisagem menos carregada. A atenção agora é para estrada e para as placas. Estrela, Lageado, Soledade, Passo Fundo, Getúlio Vargas, Erechim, Severiano de Almeida e enfim ao destino, Coronel Teixeira.

Uma cidadezinha do interior do Rio Grande do Sul onde nada parece acontecer, mas é lá que o melhor acontece. Vida simples, natural e tranqüila. O leite é o da vaca mesmo, o feijão e o arroz não vem empacotado, vem direto da roça. E o mate é mais comprido na família Longo, porque a prosa também é mais extensa.

A verdade é que não interessa o lugar que você escolher ou onde se encontrar, numa casa no meio do mato ou num hotel no centro da cidade. São apenas cenários. Na metrópole ou no interior o importante é você estar satisfeito com a condição de seu personagem. Tudo depende do seu estado de espírito, ou seja, “do seu interior”. Se ele estiver bem, todo dia terá gosto de férias.

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Dotty
Enviado por Dotty em 15/11/2009
Reeditado em 06/05/2011
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