Uma crônica invejosa
 
Esta é uma crônica invejosa da encantadora escritura de um amigo*. O que ele chamou de uma simples reflexão sobre o amor, me fez refletir sobre o tempo do amor e o espaço que ele ocupa em nosso dia-a-dia. Será que o amor tem tempo certo? Os amores idealizados têm espaço real em nossas almas? 
 
Amores vêm, amores vão e, como diria Drummond, de tudo fica um pouco. Há o primeiro grande amor, que se torna mais romântico nos meandros da memória do que, muitas vezes, foi em sua primazia. Há o segundo, o terceiro,..., o último amor, e outros tantos amores ditos menores. Em tempos de “ficar”, já nem sabemos se os “ficantes” são amores ou não.
 
Há os amores concretizados e aqueles que servem somente de fantasia, tanto para os homens, como para as mulheres. Nestes, os artistas de tela grande ou telinha são os melhores alvos. Mas há os fantásticos amores de perto, que poderiam ser possíveis, mas que as nossas neuroses preferem ver neles a perfeição e não nos permitem tirá-los do papel de coadjuvantes do amor.
 
Penso que quanto a estes, estamos mergulhando numa nova e já antiga forma de amor. O amor virtual, que não carece de espaço. Não digo apenas no sentido do computador, mas daqueles amores que nos alimentam a alma e que são tão presentes em nossos dias. Têm tanta importância para nós, que não podemos deixá-los de fora, quando nos abrimos para falar de amor. Carregamos com tal respeito e discrição estes amores, nem sempre sabido da outra parte, outras em que temos “a certeza” de que somos correspondidos. No ideal que alimentamos a respeito de suas virtudes, encontramos um eixo que nos impulsiona para a vida. Deles só queremos isto. Pulsão. Ritmo de viver.
 
O tempo? Ah, esse que conferimos no calendário, não existe para marcar o amor. Todo e qualquer amor é precioso e ilimitado. Nenhum é mais ou é menos importante, só a nossa ânsia de classificar é que se ocupa disto. Para o coração, o amor não tem hora, porque é eterno sentido. Não precisa de casa para ter espaço, nem ser mensurado no tempo.
 
Meriam Lazaro

 
 
 
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Raimundo Antonio de Souza Lopes – Crônica “Uma simples reflexão
 sobre o amor”, publicada neste Recanto em 10/11/2009.
Tenha o prazer de ler:
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/1915848

meriam lazaro
Enviado por meriam lazaro em 15/11/2009
Reeditado em 20/02/2010
Código do texto: T1924897
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