Estamos novamente perto de mais um 15 de novembro nas nossas vidas.
Apesar de ser uma data histórica, pra mim ele traz recordações de vida, e que de certo modo, ficam sendo muito mais históricas e importantes que as outras...
Assim, temos aqui em casa dois 15 de novembro que nos marcaram...
15 de novembro de 1970...
Após o nascimento do nosso segundo filho,Gordo,que nascera em 10.11. tivemos alta do hospital e ele, após ter que ficar no banho de luz, pela icterícia(amarelão)...
Assim, logo que chegamos em casa, ele com aquela "linda e saudável" corzinha amarelada...
Recebemos o aviso que chegaria uma tia, vinda de P.Alegre para conhecê-lo. Ela adorava crianças e sabia tuuuuuuudo delas, porém sempre tinha algo a comentar.Sempre imaginava doenças! E sempre tinha as soluções pra elas também...
Sabedora disso, e não querendo ver nosso filho ser catalogado de doente, não tive dúvidas: apliquei uma leve camadinha de "rouge" como era chamado na épooca, o atual blush.
Ele ficou com apenas 5 dias, bem coradinho e com aparência muito saudável.
Ela não teve nada a dizer e essa prática era usada sempre que sabíamos de sua visita,rsrs.
Coisas de mães que ainda são criançonas grandes...Mas, deu certo!!!
15 de novembro de 1974...
Nesse dia, ainda naquela época a data era usada para eleições, após votar, fomos para a praia de Imbé,na casa da sogra de minha irmã Marli (aqui no Recanto IRLAM REKREM)...
Ela já com seus quatro filhos e eu grávida do nosso último (também o 4º)que iria nascer em fevereiro do ano seguinte...
Estávamos apenas nós, duas famílias e mesmo assim, uma criançada enorme (7 fora e um dentro da barriga)...
Sua sogra, lembro-me bem, tri esperançosa que fôssemos deixar a casa prontinha para o veraneio, fazendo antecipadamente a FAXINA GERAL...
Nós, no entanto,em nossos planos, estávamos completamente longe dessa possibilidade ...
Queríamos aproveitar o máximo e nada de faxinas, combinamos.
Cada uma levou suas roupas de cama pra turma toda, toalhas e nem encostamos nas louças ou outras coisas da casa.
Apenas cobrimos as camas com nossos pertences e fizemos de conta que tuuuuuuuudo brilhava e reluzia...
Nossa única preocupação eram as comidas para toda tropinha.
Lembro que saladas de frutas eram em quase baldes, tudo em exageradas porções e paneladas.
Nunca mais esqueci...
Foi lindo e hoje, lembrando daquilo, ainda agradeço à minha irmã por aquele maravilhoso 15 de novembro de nossas vidas.
E mais, olhando pra trás, vejo que não estávamos enganadas, de forma alguma...
Tudo por lá , realmente,brilhava e reluzia...
Era a nossa alegria e a liberdade e inocência daqueles anjinhos soltos e a nossa. O astral era lindo por lá!
Viva a pobre Dadá (sogra e dona da casa) e esta já se foi, sem ter aproveitado a vida como poderia ter feito.Pena!
Mas nós o fizemos e continuamos, sempre que dá, a levar a vida da melhor maneira possível. chica
* texto dedicado à minha irmã,Marli...beijos e que bom poder recordar...
Trago aqui, muito feliz, a resposta de minha irmã...
Querida Chica, Lembro de cada momento daquele 15 de novembro.
Com certeza, um dos melhores de nossas vidas. E os baldes de salada de frutas eram devorados e, logo, outro era preparado a quatro mãos.
E o chalé recebia, pelas paredes, restos das frutas e do caldo doce. E a gente nem limpava...
A criançada devia pensar que estávamos malucas: não ouviram naqueles dias, nem uma palavra dura...
Estávamos, isso sim, profundamente felizes naquela mistura de sobras de poeira de um verão que já se fora e de outro que , logo, chegaria.
Para que limpar, se nossas almas estavam brilhando?
Minha sogra, quando voltei, perguntou: "Daí, limparam as venezianas e as paredes?"
Olhei para ela, que não entenderia um "não", e falei a verdade:" Deixamos tudo brilhando!" Pura verdade!
O chalé nunca respirara tanta felicidade antes e, com certeza, raiava como um sol!
E ela se foi sem experimentar o sabor de um balde doce de salada de frutas, devorado, principalmente, com o coração.
Um beijo grande como aquele balde de salada docinha e com a mesma saudade daquele feriado de 15 de novembro,de tua irmã Ilram
Com certeza, um dos melhores de nossas vidas. E os baldes de salada de frutas eram devorados e, logo, outro era preparado a quatro mãos.
E o chalé recebia, pelas paredes, restos das frutas e do caldo doce. E a gente nem limpava...
A criançada devia pensar que estávamos malucas: não ouviram naqueles dias, nem uma palavra dura...
Estávamos, isso sim, profundamente felizes naquela mistura de sobras de poeira de um verão que já se fora e de outro que , logo, chegaria.
Para que limpar, se nossas almas estavam brilhando?
Minha sogra, quando voltei, perguntou: "Daí, limparam as venezianas e as paredes?"
Olhei para ela, que não entenderia um "não", e falei a verdade:" Deixamos tudo brilhando!" Pura verdade!
O chalé nunca respirara tanta felicidade antes e, com certeza, raiava como um sol!
E ela se foi sem experimentar o sabor de um balde doce de salada de frutas, devorado, principalmente, com o coração.
Um beijo grande como aquele balde de salada docinha e com a mesma saudade daquele feriado de 15 de novembro,de tua irmã Ilram