A Mulher Invisível
A MULHER INVISÍVEL
As mulheres nas diversas fases da vida vivem sua própria invisibilidade. Vejamos: Dos quinze aos vinte anos, adolescentes, queremos nos mostrar, chamando á atenção para tudo que fazemos. Claro que existem exceções. Como todas as pessoas em todos os tempos. Dos vinte aos quarenta anos, quando casa, ela fica visível apenas para o marido e filhos e, muitas vezes até mesmo para esses, ela desaparece na rotina. É normal.
Depois dos quarenta começa a dar conta de si. Considera-se jovem, bonita, elegante e quer muito da vida. Então corre para ser notada, se mostra, aparece de todo jeito. Se tiver marido, quase sempre ele a ignora, por conveniência, pois está chegando à idade do lobo. Vem a guerra de quem pode mais.
Invisível em casa, é por demais vista na rua, na repartição, todos os homens estão interessados nela, assim pensa. Aí vem a amostração geral. Se por acaso fica só, então é um salve-se quem puder. Uma verdadeira corrida contra o tempo. Todos alertam: está ficando velha. Chega à fase cruciante do meio século. Os cabelos começam a embranquecer, as formas se arredondam, logo mais será avó. Que tragédia, pensa com seus botões. Se ainda é casada, o drama continua. Ele a vê sempre como uma avó e diz: é cruel dormir com a vovozinha.
E o tempo vai passando. Ela então se acomoda, aceita o que a vida lhe oferece. O que fazer pensa! Aí vem a fase mais cruel de todas. Ela se torna uma sessentona e daí por diante fica invisível. para todos: Marido, filhos e netos, até mesmo os amigos do passado de tantos galanteios.
Tudo bem, pensa. É a lei da vida. Mas, se o destino lhe oferece a liberdade, seja por qual caminho for: divórcio, viuvez e caritó, lembram-se dessa velha e terrível palavra. Qual seria o nome dela agora no Século vinte e um. Bem, então amigos, aí sim é que é difícil para as mulheres encarar a invisibilidade. Se damos a volta por cima e a ignoramos, quase sempre somos taxadas de “velhas loucas”. Se nos acomodamos, envelhecemos e perdemos muitas coisas da vida. Mas confesso para vocês. Invisível mesmo ficamos nós quando ficamos mais velhas. Por mais esforço que façamos através das plásticas, lipos, e tantos outros artifícios, precisamos ser acima de tudo, muito feliz, para sobreviver a essa terrível fase da invisibilidade.
Quando somos jovens temos namorado, marido, amante, todos os homens nos desejam: somo o impossível. E quem não gosta de cobiçar o que pertence a outros. Para confirmar o meu raciocínio, experimentem. Fiquem sós. É uma fase dificílima, pois ninguém nos vê: até mesmo se temos filhos e maridos, esses ainda são piores, estão preocupados em correr atrás da juventude, mesmo que nada recebam em troca.
Conheci uma amiga que sempre foi uma mulher cobiçada. Não era bonita, mas tinha um terrível poder de sedução. Todos os homens a desejavam pelo menos no sentido do “proibido” Ela não precisava. Tinha amor e amores. Portanto esnobava a todos os conquistadores de meia tijela. Eis que um dia ela fica só. Inteira, elegante, inteligente, tudo de bom, como dizem os jovens. Mas com uma idade já avançada. Ah! Meus amigos, aí ela pode ver como é duro ficar invisível.
Depois de viúva, os fãs, apaixonados aqueles amigos que sonhavam com um pouco que fosse de oportunidade para “tirar uma lasquinha” cadê eles. Todos sumiram. Apesar de feliz, de bem com a vida e toda inteira ela vive a fase da invisibilidade. Ninguém a vê, só as amigas ainda assim para criticarem, dizendo que está gorda etc.etc. coisas de mulheres.