Olimpíadas no Brasil, 2016
Rio, com ou sem bala perdida, o fato é que vem aí 2016, e as Olimpíadas!
É inegável o orgulho que o povo brasileiro sentiu diante da escolha de um dos seus principais Estados como sede das Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro. O fato de ter concorrido com lugares de destaque no primeiro mundo parecia ousadia. Ter perseverado e ter vencido, um feito inédito. Assim eu acredito.
Mas é impossível, diante dessa notícia, deixar de questionar algumas coisas. Como entender, por exemplo, que haja dinheiro para sediar uma Olimpíada, quando se tem problemas graves, a maioria comum a outros estados brasileiros, é verdade, entre eles a deficiência na área da saúde, do transporte, da segurança, e outros? Como deixar de questionar, se estes problemas são, décadas a fio, empurrados com a barriga? Por outro lado, é sabido que o evento das Olimpíadas pode ser um caminho para a resolução, em parte, de alguns destes problemas, principalmente os de infra-estrutura, mas não somente desta. Nisto também eu acredito.
E se os diversos espaços forem bem pensados, bem planejados, não apenas para as Olimpíadas, mas também enquanto patrimônio a ser muito bem aproveitado após o encerramento das atividades esportivas? E se o contingente de pessoas na área da segurança puder ser mantido, se não em todo, pelo menos em parte, e com salários dignos? E se os espaços, depois ociosos, se transformarem efetivamente em pontos culturais, ou, melhor ainda, se eles puderem ser locados para a área privativa, se revertendo em dinheiro para a melhoria do salário de pessoas que trabalham na saúde, na educação e na segurança? Isso é possível, assim eu acredito.
Quando essa Olimpíada acontecer, estaremos torcendo firmemente para o Brasil. Todos nós nos voltaremos, mais do que nunca, para o Rio de Janeiro, com suas belezas naturais, o seu povo autêntico, a sua graça, e até para os seus problemas peculiares. Que o resultado seja o melhor.
Que o Rio de Janeiro, através das pessoas envolvidas em todas as etapas da construção deste acontecimento mundial, pense em resultados duráveis para a cidade, e para o seu povo. E que essas pessoas tenham sempre a consciência de que resultados duráveis são verdadeiros presentes para o país, e assim, exigem perseverança.
2016. Pensam que não? Vai passar rápido! Vejam, faltam só sete Natais. Que Papai Noel - eu acredito! - nunca se esqueça de mim, digo, de todos nós.