Auto-escola em Marte

O carro quatro da auto-escola está viciado como dados num cassino miserável. Pisar na embreagem de um carro regulado para engano significa perder o direito a carteira de habilitação. Os contos a que as pessoas recorrem para ocultar o fracasso desfilam pela submissão total. Nenhuma palavra preenche a análise óbvia sobre as razões do fracasso. O instrutor faz parte do jogo preparado graças a estrutura para reprovação de acordo com certas habilidades sobre o temperamento. Ele completa o teatro. Na verdade inexiste o fundamental para o processo de maquinização. Nenhuma pedagogia sobre a velocidade que é um critério de fabricação.

Em todos os carros persiste o mesmo problema. Sofrem por secretas mãos um toque decisivo na regulagem da embreagem. Se o carro apagar o exame estará perdido. Significando mais desembolsos. É assim que criamos um trânsito infernal.

Ao contrário de ensinar uma cidade ao motorista no tempo curto de rodagem, em torno de dez dias, tudo serve apenas para aumentar a pressão até o lance das balizas. Perto dali e na frente da instituição de trânsito há o fórum. Em ambos o estacionamento pode ser obliquo, que é fácil e simples. O critério de uma vaga elementar, reduzida, apenas favorece os azares da desatenção como a multa idiota é o preço enquanto deveria ser uma lição de humanidade. O tempo curto de rodagem no aprendizado serve para aumentar a pressão. As filas enormes, os queixumes: este reprovado porque o instrutor pisou no freio antes dele quando alguém atravessava na faixa de segurança. Brecou ao mesmo tempo e a anterioridade do instrutor permaneceu inabalável. Mais dinheiro para eles. Coisas do gênero tiram a concentração exigida.

A fila da humilhação para o exame é grande. A taxa para inscrição é elevada. Em caso de reprovação será necessário desembolsar nova taxa (com nome em inglês em plena burocracia nacional), além do "aluguel do carro" que será utilizado na prova. O carro do exame é novamente pago mesmo que você tenha um carro igual e queira passar pela baboseira do exame, assim mesmo terá que respeitar as regras. O carro deve ser o deles, pois serve como meio de lucro. Esse processo mudo de cólera mudará com a coroação de antolhos aos motoristas. Não passa de estreitamento vil para acúmulo de alta lucratividade. Se o mesmo processo fosse empregado nas escolas somente os ricos poderiam assumir cargos de relevância. É essa meritrocracia que se tem em mente. Quanto ao exame de acuidade visual basta ler um A.

A escola de infantilismo e submissão em que vivemos é totalmente propícia a implantação de sistemas idióticos e economicamente devastadores. No caso do carro a baliza é o vetor da estupidez prática com pompa de elevada destreza. Depois de todo inútil trabalho de ensinamento em carros de natureza mecânica duvidosa cada um dirige em busca de espaços vazios, como bem entendem para se livrar inconscientemente dessa vergonha: a vergonha da liberdade que sobra no fundo de cada um que passa por alguma tolice consentida pela obrigatoriedade. O efeito é devastador nas estradas. E na vida. A ficha é a repetição contínua pelo dinheiro. Em Marte.