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A Minha Sétima e Derradeira Crônica

        Só as mulheres mesmo para me fazerem escrever esta sétima e derradeira crônica, não me viciei nas crônicas, escrevo em homenagem às mulheres, este é o melhor pretexto que sem sombra de dúvidas já encontrei.


        Mulher é um ser ininteligível, se nem Freud com toda sua abstrata ciência não sabia o que elas queriam, quem dirá eu, humilde pensador de idéias desconexas, mulher tem várias facetas, e modos comportamentais, tentarei em algumas linhas mergulhar um pouco neste vasto oceano, permeado de muito gloss, chiliques, inseguranças, carências, inteligências e um milhão de complexidades.
        Não existe ser mais despeitado com o outro que mulher com mulher, quer ganhar uma e tê-la mesmo que temporariamente em seus braços?, jamais diga que és solteiro, não diga apenas que és casado, se possível for diga que tens um verdadeiro harém, mulher gosta de disputar território, use aliança de bambolê mesmo sendo solteiro, e sempre ande com uma cara de responsável pai de família, isso elas adoram, mesmo que não sejas tão atraente, tenhas a certeza absoluta, ela não quer você, ela quer desbancar a outra, não deve existir coisa mais insuportável que conversa de mulher em banheiro, comumente, observe, em bares ou lugares do gênero, elas o freqüentam em bandos, também não duvides, elas vão ali para falarem mal de alguém, quando não de você mesmo,se eu fosse uma mosca,eu juro, preferiria uma escaldante sopa, a definitivamente estar dentro de um banheiro feminino.
        Acho que Deus quando criou a mulher foi malicioso com nós homens, ele quis na criação em nos fazer perceber que mesmo apesar de toda candura desta, ela deveria ter uma dúzia de crises todo ano, para nos provar que só ele é a verdadeira perfeição, t.p.m deveria ser a abreviação exata de tenha pena de mim, e ainda tem mulher que assegura que não fica diferente nesses períodos hormonais, estas são as piores, é a insuportável disfarçada, quando você homem estiveres diante de uma dessas fuja, corra, vá para o seminário, pois, em um momento de descontrole fora desse período ela descontará em dose dupla, afirmando que ainda és sortudo por não te importunar quando em tal ciclo menstrual, mulher é bicho curioso, faça o teste, comece a lhe contar uma história e pare antes do desfecho, ela irá à loucura, te aperreará tanto que jurarás que é melhor sentar em uma fogueira que repetir tão odioso teste, bolsa de mulher tem mais catrevagem, cacareco que ferro velho de beira de esquina, e é feito coração de mãe, sempre cabe mais um, nunca ouse em meter a mão ali dentro, você corre o risco de morrer com infecção generalizada ocasionada por uma mordida de aranha caranguejeira.
        Vocês homens sempre concordem com elas, nunca falem de flacidez, celulites e coisas desse tipo, também não falem muito que ela está bela, atraente e perfeita, confesso que ainda não encontrei esse meio termo, se a elogiarem demais, ela irá contratar um detetive para te perseguir, pois, ali ela terá a exata certeza que estás com sentimento inconfessável de culpa, se disseres que ela está um dragão será o fim do relacionamento, diga que ela está uma bonitinha feinha, acho que será assim o melhor remédio, e o mais aconselhável, você homem, nunca diga a verdade para mulher, diga, mas não a verdade totalmente verdadeira, é bem mais fácil que com uma mentira ela te perdoe e te faças juras de amores confessando que te perdoa, do que uma verdade verdadeira.
        Certa vez ouvi um relato que confirma tal brilhante conselho, um homem muito comportado, fiel mesmo, no escritório ao limpar a sua aliança a deixou involuntariamente escorregar pelo ralo da pia do banheiro, colocou a mão na cabeça e pensou, e agora meu Deus, o que vou falar lá em casa?, ele não teve dúvidas, procurou o primeiro bar, se embriagou, colocou a camisa pra fora das calças, e se perfumou do perfume mais vagabundo que encontrou, demorou para retornar para casa, quando já não mais agüentava, retornou para o seu doce lar, ela estava lá, parecendo um touro a espreitar o toureiro, bufando, ele entrou cambaleando, puxou nos seus braços chorando e exclamou:

--- meu amor, me desculpe, eu não resisti, estava cansado de tantos anos de dedicação, saí pro bar da esquina, escondi a aliança na carteira, me embriaguei, arrumei uma morena deslumbrante e a levei prum motel, passei horas alucinantes de muito tesão, sexo selvagem,deixei a morena em casa, e para minha surpresa ao procurar a minha aliança na carteira não mais a encontrei!


        A mulher desorientada afirma:

--- seu cafajeste!, eu sempre fui tão companheira, e você faz comigo uma coisa dessas!!

        Foram horas de soluçar insanos, bem perto do amanhecer ela o procura afirmando que pela sua sinceridade ela vai o perdoar, agradece a sinceridade e fazem um amor delirante até o sol raiar, extasiado e aliviado o homem faz ainda uma última indagação:

--- minha querida e amada companheira, visses que sou sincero contigo, sei que errei, mas, mesmo assim, não hesitei em te falar a verdade mesmo correndo o risco de assim te perder, mas, me responda uma coisa, se eu aqui adentrasse e te afirmasse que no final do expediente do escritório, ao limpar minha aliança no toalete, a mesma escorregou e se perdeu sorrateiramente para dentro do ralo?


        Ela olhou para ele com ódio nos olhos e afirmou:

--- aí eu teria a certeza que eras um verdadeiro cafajeste, procuraria amanhã mesmo um advogado, não te deixaria com nada e nunca mais na vida você iria me achar, você acha que sou mulher de suportar mentiras escabrosas deste tipo?, me respeite homem!!

        Ele sorriu conformado, suspirou e acordou no outro dia num verdadeiro ninho de amor.
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 12/11/2009
Reeditado em 23/10/2015
Código do texto: T1918836
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