Meu pai era de circo
Quando eu era bem criança tinha um sonho: conhecer meu pai.
Ele trabalhava num circo e viajava muito, sempre para longe.
Eu pedia a minha avó que me falasse sobre ele.
Eu ouvia e imaginava muito alem de suas palavras.
Ela inventava um pouco, dizia que ele me escrevia muito e me
Mostrava um papel escrito eu olhava de longe ela não permitia
Que eu me aproximasse muito, devia ser cartas muito sensíveis..
Eu o imaginava um super herói, inventava funções para ele.
Na minha imaginação ele foi trapezista, audaz, subia no trapézio mais alto, sem rede.Foi durante muito tempo um az do Globo da morte.
Vestia um macacão dourado e montava uma moto branca, que parecia uma estrela brilhando no céu azul do circo.
Todo circo que vinha a minha cidade eu corria para ver se o encontrava
Ninguém ali se parecia com ele.Teve uma vez que tinha um domador de leão que me impressionou, era valente como devia ser meu pai.
Chegou um momento que as cartas não me satisfaziam.
Eu o queria pertinho de mim.Então pedi a minha avó que a próxima vez que o carteiro viesse trazer uma carta dele que ela pedisse a ele para dizer a meu pai que eu o esperava há muito tempo.
Minha avó me olhou com aquela ternura que só ela tinha:
Vamos fazer melhor, ela disse, vamos rezar para ele voltar.
E completou- você reza com muita fé na hora da Ave Maria, se você tiver fé e um anjo disser amem, ele volta.
Toda tarde eu rezava constrito e depois corria para o portão para esperar por ele.
Eu cresci sem o amem dos anjos. Vinte anos depois ele apareceu, não se parecia nada com a imagem que eu fazia dele.
Nem era mais o herói do Globo da Morte, talvez nunca tenha sido.
Mas de qualquer forma, ele era famoso pelas pipocas que fazia.