E a luz apagou...

Ontem, quando a luz apagou nem fiquei surpresa, pois volta e meia a energia falha por aqui, quase sempre por causa de ventanias e chuvas fortes. Pensei que fosse algum problema local. Só hoje de manhã é que percebi a extensão do ocorrido. Até dei risada, bem feito pra quem tanto falou de outros apagões...

Felizmente tenho velas de reserva, que já ficam em castiçais junto a uma caixa de fósforo, em lugar de fácil acesso mesmo no escuro. Como não dá para fazer nada em tais situações, espichei-me no sofá pensando em pensar na vida. Cheguei a pensar, sim. Primeiro, no que minha filha teria que enfrentar hoje, para o que precisaria de muita luz. Se possível, divina. Em seguida, passou-me pela cabeça que apagões também acontecem em nossas vidas. Quantas vezes está indo tudo bem e de repente pluf! Mas antes que eu fizesse mentalmente um inventário dos momentos em que a luz se apagou para mim, adormeci.

Quando acordei, madrugada alta, estranhei a casa inteira iluminada. Tonta de sono, desliguei os interruptores e me recolhi. Só quando os raios de sol do novo dia me despertaram é que pude concluir: diante de um apagão nada podemos, a não ser ter a calma de esperar a luz voltar. Seja ela elétrica, psicológica ou solar. E aí, sim, retomar a vida com iluminada alegria.